Nós, seres humanos, temos uma forma peculiar de ver a vida. A maioria de nós imagina a vida como uma linha reta que vai do nascimento até à morte, mas a vida não é assim tão linear, pelo caminho existem muitos obstáculos.
Nada na vida é fácil, mas o não ser fácil não quer dizer que seja sempre difícil. E não, não é a nossa experiência que torna as coisas difíceis em fáceis. Mas sim é a inteligência com que reconhecemos uma dificuldade, a transformamos num problema e o resolvemos. E é aqui que todos nós, muitas das vezes falhamos. Queremos viver o sofrimento de forma fácil. Temos receio que qualquer dor se atravesse no nosso caminho, temos medo de estar tristes…
Todo o pensamento negativo é acumulação do nosso estado psicológico e pela recusa de viver o presente. O mal-estar, a ansiedade, o stresse, a preocupação, o medo. Tudo isto é causado por um excesso de futuro e uma falta de presente. A culpa, o arrependimento, a tristeza são sentimentos provocados por um excesso de passado e uma falta de presente.
Porque na nossa mente estar triste “não dá com nada” e então desistimos daquilo que verdadeiramente faz sentido. Pensamos muito no futuro, mas esquecemo-nos de viver o presente.
E não é assim que a maioria de nós vive a vida?! Como podemos achar normal perdermos o crescimento dos nossos filhos enquanto estamos enfiados no escritório, garantindo um “futuro tranquilo”?! De onde vem essa certeza de que esse futuro realmente existe e que nós estaremos nele?!
Ficamos focados no futuro, à espera que esteja tudo bem, mas perdemos o que está a acontecer no momento presente, o único que existe nas nossas vidas.
Ninguém disse que a vida é fácil! Mas os facilitismos, mesmos que o façamos por amor, tornam tudo mais difícil. E fazem com que nós e os nossos filhos passemos a não ser capazes de conviver com as dificuldades. Por vezes, precisamos de “cair” porque sem o difícil não se chega ao fácil!
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