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Vila Nova de Famalicão
Domingo, 8 Setembro 2024

Um falhanço tremendo no centro de Famalicão

Gastou-se cerca de 1 milhão nas Antoninas e não houve 50 mil euros para que a Escola Profissional Cior pudesse realizar a tão importante “Feira Medieval”.

6 min de leitura
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Agostinho Fernandes
Agostinho Fernandes foi Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão entre 1983 e 2002, eleito pelo Partido Socialista.

Famalicão

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A velha Vila de Famalicão que em 1985, já lá vão quase quatro décadas, foi elevada a cidade, é hoje uma urbe com qualidade de vida e em que se deambula bem, com muito arvoredo exuberante e jardins, envolvendo as pregas donairosas do vestido da excelsa rainha D. Maria II, que nos restituiu a existência em 1835.

Vila Nova de Famalicão é a sede do terceiro concelho mais exportador do País e a sua Câmara Municipal administra um dos orçamentos mais elevados do distrito de Braga.

A Câmara de Vila Nova de Famalicão tem a seu cargo conservar e manter todo o património público nas suas 49 freguesias, e não 34, e estimular igualmente os moradores e proprietários, como em qualquer município europeu: a Casa das Artes, a Central de Camionagem, a Biblioteca Municipal, as piscinas, as escolas, as áreas verdes e os equipamentos de saúde e outros equipamentos desportivos e sociais com uso quase diário e intermitente, o que só depõe positivamente sobre a exigência dos famalicenses e das novas gerações, dando como garantidas as infraestruturas mais pesadas que todos desejavam há décadas, mas em que poucos reparam hoje, elas que custam permanentemente muito dinheiro. Refiro-me, entre outras muitas, ao abastecimento de água de alta qualidade, ao saneamento e recolha de resíduos sólidos e manutenção de estradas e novas vias, plataforma gigante de tráfego que somos em termos nacionais e não só.

Podemos mesmo afirmar que a parte mais física e grosseira do progresso está atingida, ainda que haja sempre desafios e necessidades novas como, no meu olhar atento, o tiro no pé da ausência gritante do parque de estacionamento subterrâneo a sul da Fundação Artur Cupertino de Miranda, no parque de D. Maria II, idealizado e pensado em reuniões de trabalho para o efeito, há mais de 30 anos, e sem que nada por perto encare o problema, pois que é escusado propalar o desfrute da pólis na sua plenitude e da requalificação urbana sem este equipamento fundamental.

Praça D. Maria II antes das obras no centro da cidade.

Praça D. Maria II depois das obras no centro da cidade.

Perguntem aos comerciantes e aos famalicenses que vivem e trabalham na cidade, ou que a visitam, pois foi um tremendo falhanço e um erro grave para poder corrigir-se agora por alternativa difícil de encontrar. Claro que há sempre novas soluções e a técnica tudo resolve e o poderoso automóvel que em Famalicão é quase rei por certo despertará soluções em terra de tanto empreendedorismo. Paris pensa já em mais de 15 euros/hora na altura dos Jogos Olímpicos… E o miolo de Vila Nova de Famalicão vale menos que a Ile de France.

Outro caso a merecer relevante atenção é o da freguesia de Nine que, pela sua posição de fronteira com Barcelos e nó ferroviário de grandeza crescente, precisa com urgência de estudos de pormenor bastantes para que o lindíssimo vale das campinas do rio Este e cujo encanamento histórico foi obra cimeira na região em tempos de D. Maria I, no já distante ano de 1787, dois anos exatamente antes da histórica Revolução Francesa que iria sacudir as monarquias por todo o mundo, não seja engolido pelo betão ameaçador e alvissareiro. Porque o mercado não resolve por si só, antes estuda meticulosamente os golpes e as oportunidades urbanísticas, se os políticos se distraem ou se fazem distraídos.

O que não pode esperar mais, no quotidiano do nosso descontentamento, são as pessoas por mais 50 anos de democracia e paz, os mais pobres, que são muitos, porque os párocos de hoje não me parecem feridos pelo amor ao próximo como os seus homens bons que chamam de autarcas, os mais velhos mais ainda e os mais jovens sedentos de esperança das portas que a Revolução de Abril abriu.

Será que não se percebeu ainda que só temos uma vida e que a socialização da criança, como clamava há muito o grande pedagogo Piaget, é tarefa urgente e fundamental no futuro de qualquer país? Atente-se a toda a política do Japão neste pormenor e que, já em 1983, estava garantido na Suécia de Olof Palme e anunciado em grandes cartazes que todas as crianças nascidas no país tinham todos direitos garantidos pelo governo sueco, desde a saúde, escolaridade e apoio social até à maioridade. Suécia que pude visitar com Salgado Zenha e mais alguns amigos, fundadores e associados da Associação de Amizade Portugal-Suécia, criada em Vila Nova de Famalicão pelo saudoso notário Dr. Ângelo Palha de boa memória entre nós.

E será que um orçamento municipal de 160 milhões não pode nem deve reverter mais para quem tanta riqueza ostenta e produz neste Vale do Ave renascido das cinzas, quando se pode e deve encurtar nas festas, que as há por toda a parte, festinhas, festejos e forrobodós e trocá-los por passeios na região e arredores para os mais velhos, com o Atlântico azul e convidativo a poucas léguas de nossas casas, levá-los às piscinas todos os dias, a concertos e aos novos centros de fitness e dança, a espaços de geriatria e também incentivando a sua participação em concursos entre instituições, nomeadamente concursos de receitas antigas de culinária, bordados e outros temas, ida aos ginásios, piqueniques no exterior, visita a cidades da região, enfim, à escola de cerâmica de Bairro, aos pavilhões desportivos e yoga, música, Casa das Artes, etc.

Gastou-se cerca de 1 milhão nas Antoninas e não houve 50 mil euros para que a Escola Profissional Cior, uma comunidade escolar que deseja continuar entre nós, pudesse realizar a tão importante “Feira Medieval”, de alta referência cultural no País e na região. Um dos raros grandes eventos da cidade não organizados pela Câmara Municipal e que casa tão bem com os 820 anos do nosso foral de 1205!…Mas nem a “Feira Medieval” escapou… “Ubinam gentium sumus et quam republicam habemus?”, ou seja, “Que país somos e que república temos?”, clamava Cícero na Roma Antiga. Não se entende!…

Não foram os nossos pais e avós as grandes vítimas anónimas durante todo o século XX e não só, que pagaram por formas várias e cruéis mesmo, trabalhando de sol a sol para os quase extintos morgadios pelo alimento e guarida nos cobertos, varandões e cortes mesmo, que a indústria ainda vinha longe, entre as duas grandes guerras mundiais, a civil de Espanha e a colonial, uma das maiores faturas existenciais e cívicas neste nosso grande, querido e iluminado País de nome Portugal e onde sucumbiram milhares e milhares de homens válidos que tanta falta hoje nos fazem?!…

Muito simplesmente: dizia-se, até há bem pouco tempo, que não há dinheiro e a pobreza não acaba, mas os concertos abarrotam, os telefones são 5G ou mais, os estádios regurgitam a par dos supermercados trepidantes e dos carros charmosos e de vidros foscos/fumados, como ali para os lados do Dubai ou Arábia, que vagabundeiam por aí e Póvoa de Varzim em tempo de Verão para ver e serem vistos, enquanto os restaurantes crepitam por entre as cheirosas cabidelas, cozidos e as lambisqueiras barriguinhas, e se aguarda que chegue o pudim do famoso abade de Priscos, algures nos confins de Arnoso e Sezures.

Afinal, em que ficamos? E como vamos revigorar as sementes da revolução bendita dos cravos, com obras que não retórica entre nós, agora que celebramos os seus 50 anos?!…

Espero tão só que olhemos bem para as impressionantes imagens do desfile popular de rua, na tarde do dia 25 de Abril de 2024, na Avenida da Liberdade, em Lisboa, onde gostaria de ter estado, com o cravo em riste, como estiveram também o Pedro, a Patrícia, o Vicente e o pequenino Guilherme, às carrachuchas do pai e da mãe, idos de Braga até lá com um rol de amigos, e cantemos também como eles “A Gaivota” ou o “Grândola, Vila Morena”, terra da fraternidade, o povo é quem mais ordena dentro de ti, ó cidade… de Vila Nova de Famalicão.

 

Este é o terceiro de três artigos de análise à gestão municipal de Vila Nova de Famalicão dos últimos 40 anos, que Agostinho Fernandes escreveu em exclusivo para o jornal NOTÍCIAS DE FAMALICÃO.

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Os artigos de opinião são da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não refletem necessariamente a opinião do NOTÍCIAS DE FAMALICÃO.

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Agostinho Fernandes
Agostinho Fernandes foi Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão entre 1983 e 2002, eleito pelo Partido Socialista.
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