Uma vez mais li na imprensa local impressa e digital um texto informando da decisão municipal de mandar construir uma edificação com caráter habitacional para estudantes universitários de fora do concelho.
O objetivo é levar a efeito a construção no prédio onde, atualmente e há cerca de 22 anos, estão instalados os Serviços Técnicos e Administrativos Municipais de Carácter Ambiental (distribuição de água, águas residuais e pluviais, resíduos sólidos urbanos, parques e jardins, e outros).
Depois de o Município ter adquirido o prédio, onde tinha sido o “Quartel-Sede da Real Associação dos Bombeiros Voluntários de Famalicão”, entretanto mudada para as novas instalações durante o ano de 1994, ali instalou os seus serviços por volta do ano 2000. De referir, que se trata de um edificado com traça e qualidade construtiva, tendo sido preservado desde a sua construção, início anos sessenta, enquanto quartel de bombeiros, até hoje, serviço municipal.
Registando que a pretensão do Município, é de valorizar, dar mais vida à parte central da urbe, apenas duas questões se colocam.
Estando o edifício de serviços perfeitamente apto para as funções que exerce, com um carisma próprio de edifício público, porquê dali desalojá-lo, indo causar grandes transtornos aos seus mais diretos utilizadores?
Se se pretende dinamizar o “casco antigo” da cidade, porquê não adquirir o conjunto predial onde até há cerca de 20 anos funcionaram os “Armazéns de Mercearia de J. Martinho Carneiro”, edificado este, em ruínas, que o Município vem escondendo com telas publicitárias? Satisfazia as suas pretensões e necessidades, numa área ligeiramente maior, repovoava o centro, sem retirar serviços da cidade e limpava um local degradado.
As “ARU´s”, servem para isto precisamente, reabilitação urbana. Expropriação do prédio (por via do direito privado e/ou processo litigioso), construção de residência estudantil.
Espero com estas linhas poder dar um contributo positivo ao processo que estará ainda em curso.
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