Completam-se por estes dias os primeiros 6 meses do mandato de Mário Passos como presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, sendo o momento ideal para um primeiro balanço ao seu mandato. Para já, podemos dizer que as suas promessas estão a ser cumpridas, o rumo está a ser mantido, nada de muito diferente sucede, excetuando uma ou outra retaliação a quem não fez a devida vénia e a busca incessante por afirmar a sua imagem.
Começando pelas intermináveis obras no centro da nossa cidade. Elas lá vão lentamente avançando, com destaque para o particular “bota acima para depois botar abaixo e de novo acima” da componente arquitetónica mais desafiante desta odisseia, as surpresas a cada furo no subsolo e a tendência da coligação “Gasta Mais Famalicão” para nos fazer esbanjar mais um milhão a cada esquina, tudo segue na mesma e ninguém sabe bem quando terminará o martírio.
Ainda no âmbito da “normalidade”, recordo-me da primeira reunião em que participei como membro de uma força política, há sensivelmente ano e meio nas instalações do Jornal de Famalicão, onde tomei conhecimento do incómodo que a comunicação social livre pode causar a certos funcionários camarários. Parece que o problema que afetava o anterior executivo municipal se mantém e a torneira do dinheiro municipal já não jorrará para aqueles lados. A liberdade tem um preço e estarei sempre do lado daqueles que a exercem.
Contudo, existe uma diferença evidente ao nível da comunicação, a pessoa mudou e existe a natural necessidade de transformar o desconhecido em novo homem forte! Com o afamado e robusto gabinete de comunicação do presidente a utilizar jornais e redes sociais para difundir a nova cara diariamente, quer a relevância do momento o justifique ou não, ficando sempre aquele sabor amargo de ver dinheiros públicos a serem investidos na promoção da imagem pessoal do líder de turno. Neste ponto, destaca-se a inteligência da recente presidência de proximidade, que tem o dom de permitir a ronda pelas diversas capelinhas, coletar todos os pedidos e fotografar o presidente da Câmara em todas as comunidades de freguesia, tal como ele gosta de referir.
Mais relevantes são os primeiros sinais de um fantasma que atormenta Mário Passos. Tal como qualquer novo monarca, a imagem, reconhecimento e votação superlativa do anterior líder causa comichão, o que é agravado pela falta de reconhecimento dos pares alaranjados, que não parecem tão alinhados como no passado, sabendo nós que muitos acreditam que este não é presidente para mais do que um mandato. E como solucionar este problema?
Há que iniciar o apagamento da imagem do antigo líder, tentando promover um suposto plano em tempo record para o que deve ser o município em 2030, que convenientemente ofusca a Visão 2025 promovida pelos mandatos de Paulo Cunha. É nestes “por maiores” que se vê o que atormenta o novo presidente, a expectativa de que não esteja à altura do antigo ocupante do cargo não o deixa dormir.
Uma última nota para esta ambição de tentar planear o que deve ser o futuro, quando não se consegue adiantar um prazo para a conclusão de obras presentes e da sua responsabilidade. Não conseguem dominar o presente do qual são responsáveis e tentam prever o 2030 que depende muito mais dos cidadãos e empresários famalicenses do que de qualquer política pública!
Fica o conselho ao nosso presidente, concentre-se mais em diminuir as barreiras ao sucesso dos famalicenses, com especial enfoque nas relacionadas com o seu pelouro de “Inteligência Urbana” e menos na arte da vidência…
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