A palavra timing é muito usada por mim. Gosto da palavra, tem um significado forte mas também pode ser uma palavra perigosa e enganadora.
Para mim, na política, como em tudo na vida, o timing é tudo.
O Presidente da Câmara de Vila Nova de Famalicão, Mário Passos, aprendeu a lição ao pé da letra, mas não necessariamente para o bem comum.
A estratégia de guardar os grandes anúncios de obras e investimentos para o último ano de mandato é, no mínimo, previsível.
Aliás, Mário Passos é muito previsível pela pobreza estratégica.
No máximo, é um exercício de populismo político que desrespeita a inteligência dos famalicenses e a verdadeira noção de planeamento estratégico.
O verdadeiro planeamento que importa para Mário Passos é continuar no poder a todo o custo.
Ao longo dos anos, observo um padrão que se repete como um relógio.
Neste mandato desastroso constatei a continuação da cartilha deixada pelo anterior Presidente da Câmara com projetos de grande impacto negativo para a população, poucas melhorias visíveis e que não correspondem à verdadeira necessidade do concelho.
Se o caro leitor ou leitora segue as minhas crónicas, constata facilmente que ainda no ano passado escrevi que os anúncios de grandes obras, as inaugurações e muitas promessas iriam acontecer.
Mais uma vez, Mário Passos aposta na ingenuidade dos famalicenses.
Coincidência?
Dificilmente, porque o executivo tem usado essa estratégia e tem sobrevivido.
A estratégia é calculada para criar a ilusão de ação e eficiência e com isso o chamado “efeito campanha” para prender as pessoas a quem nada fez, fazer com que fiquem com a sensação de “agora é que é!”.
Estou certo de que a estratégia de “efeito campanha” não serve os interesses do nosso concelho mas sim só e apenas os interesses de Mário Passos & companhia.
Este populismo político, disfarçado de boa gestão, tem consequências reais para a nossa vida quotidiana com o município a perder constantemente oportunidades de desenvolvimento a todos os níveis.
O nosso concelho cresceu, mas não evoluiu e não se preparou para este crescimento.
Consequências e práticas dos anos de governação municipal pelo PSD-Famalicão, são obras feitas sob a pressão do calendário eleitoral em que a qualidade de execução ficam comprometidas e inacabadas.
Porque não distribuir os investimentos ao longo do mandato?
Porque não garantir que cada ano é um ano de progresso e não apenas o último?
Enquanto Mário Passos andar a brincar e a jogar com o populismo, vamos todos perder.
Já perdeu o ambiente, já perdeu o património histórico, já perderam os comerciantes, já perdeu a cultura, já perderam as crianças o bilhete para circo, já perderam os atletas amadores que estão esquecidos, já perderam as freguesias e no fim da equação perdemos todos menos alguns.
Os cidadãos não são peças de jogos políticos e não servem apenas para satisfazer um tabuleiro viciado.
É tempo de exigir mais e eleger quem está realmente comprometido com o concelho e com ideias inovadoras com a disposição de servir Vila Nova de Famalicão.
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