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Sexta-feira, 22 Novembro 2024

Prémio Alberto Sampaio vale 6 mil euros e une Famalicão, Braga e Guimarães

A Câmara de Braga junta-se a Famalicão e Guimarães no Prémio de História Alberto Sampaio, que regressa 12 anos depois. Sampaio foi um historiador que produziu grandes vinhos verdes na Casa de Boamense, na freguesia famalicense de Cabeçudos.

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Famalicão

Os municípios de Vila Nova de Famalicão, Braga e Guimarães e a Sociedade Martins Sarmento, de Guimarães, estão agora unidos para promover o Prémio de História Alberto Sampaio, que regressa 12 anos depois.

O objetivo é homenagear e manter viva a figura de Alberto Sampaio e a sua obra de vulto para a historiografia portuguesa.

Alberto Sampaio foi um historiador do século XIX que viveu na Casa de Boamense, na freguesia de Cabeçudos, Vila Nova de Famalicão, e foi contemporâneo de Camilo Castelo Branco, com quem manteve correspondência.

Portão de entrada na Casa de Boamense, em Cabeçudos, Vila Nova de Famalicão, onde Alberto Sampaio produziu um dos melhores vinhos verdes da região. Fotografia DR/CMVNF 

Este prémio tem um valor pecuniário de 6.000 euros – montante que agora passa a ser patrocinado por três municípios em partes iguais –, cabendo a organização à Academia das Ciências de Lisboa, que tem a seu cargo a direção científica e a designação do júri.

O objetivo do prémio é promover o desenvolvimento dos estudos científicos e de investigação nas áreas relacionadas com o legado do historiador minhoto, especialmente nas disciplinas da História Social e Económica.

CANDIDATURAS ATÉ 31 DE MAIO

Os estudos concorrentes, a enviar para a Academia das Ciências de Lisboa até 31 de maio de 2021, podem resultar ou ter por base trabalhos académicos, nomeadamente dissertações de mestrado ou teses de doutoramento, desde que respeitem o regulamento.

O Prémio de História Alberto Sampaio data de 1995, quando foi contratualizado um protocolo entre os municípios de Vila Nova de Famalicão e de Guimarães e a Sociedade Martins Sarmento.

A sua última edição foi em 2008. Regressa agora, 12 anos depois, com a participação do município de Braga, cuja inclusão se deve ao trajeto do historiador: Alberto Sampaio nasceu em Guimarães, estudou em Braga e morreu em Vila Nova de Famalicão.

Tendo em vista a revitalização deste prémio, a Câmara Municipal de Famalicão redesenhou o regulamento no ano de 2016, tendo convidado o município de Braga para a organização, dado tratar-se de uma cidade estreitamente ligada à vida de Alberto Sampaio.

Museu de Alberto Sampaio, no centro histórico de Guimarães. Fotografia DR

A cerimónia de entrega do prémio será rotativa, decorrendo em instituições ligadas ao patrono do galardão: o Museu Alberto Sampaio em Guimarães, o Arquivo Municipal Alberto Sampaio em Vila Nova de Famalicão e a Escola Secundária Alberto Sampaio, em Braga.

Para mais informações, os interessados em concorrer ou saber mais sobre o prémio podem consultar o regulamento do Prémio de História Alberto Sampaio 2021 clicando aqui.

QUEM FOI ALBERTO SAMPAIO

Alberto Sampaio nasceu em Guimarães, em 15 de novembro de 1841, fez os estudos liceais em Braga e veio a falecer na freguesia de Cabeçudos, em Vila Nova de Famalicão, a 1 de dezembro de 1908.

Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra, em 1863. Após a conclusão do bacharelato, iniciou uma breve carreira de advogado em Lisboa, interrompida pela difícil adaptação à vida cosmopolita da capital.

De regresso ao Minho, o seu interesse pela vitivinicultura, levou-o a passar longas temporadas na Quinta de Boamense, em Cabeçudos, Vila Nova de Famalicão.

A agricultura e a vitivinicultura, em particular, incluíam-se entre as suas paixões, sendo famosos os vinhos que produzia na Quinta de Boamense.

Fachada principal da Casa de Boamense, em Cabeçudos, Vila Nova de Famalicão. Fotografia DR/CMVNF

Prestou uma extensa colaboração no Projeto de Lei do Fomento Rural, apresentado por Oliveira Martins na Câmara dos Deputados, em abril de 1887.

Nos seus estudos “As Vilas do Norte de Portugal” e, mais tarde, “As Póvoas Marítimas”, Alberto Sampaio revelou o seu excecional talento para a investigação histórica. Morreu a 1 de dezembro de 1908 na sua Casa de Boamense.

Em 1923, por iniciativa de Luís de Magalhães, a Livraria Chardron Lello & Irmão publicou parte da sua obra sob o título “Estudos Históricos e Económicos”.

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