As pedras soltas de granito que tinham sido colocadas nas obras de reabilitação urbana na Rua de São Julião, em Calendário, junto ao Estádio Municipal de Vila Nova de Famalicão, foram retiradas por determinação da Câmara Municipal.
A obra chegou a ficar concluída, mas não tinha sido fiscalizada e só depois de o caso ter sido notícia é que a autarquia decidiu agir.
As pedras geraram polémica, sobretudo depois de o Partido Socialista de Vila Nova de Famalicão e Calendário ter vindo a público alertar para “o risco latente para a segurança pública”, dada a proximidade do estádio de futebol.
As obras em causa realizaram-se na sequência da construção de uma rotunda como elemento regulador do trânsito entre a Rua de São Julião e um novo arruamento, a poente do Estádio Municipal, que vai dar acesso ao futuro supermercado Mercadona e ligar à Avenida de França.
Entre a Casa do FC Porto e as entradas sul do Estádio Municipal de Famalicão foram criados espaços ajardinados, alternados com canteiros preenchidos com pedras de granito.
Só depois de os vereadores do PS terem levado o caso à reunião da Câmara Municipal é que o presidente da Câmara, Paulo Cunha, reagiu para revelar que se tratava de “uma obra ilegal” feita pelo “promotor imobiliário”, alegadamente à revelia da autarquia. E, na sequência, mandou retirar as pedras.
Paulo Cunha, que tutela diretamente o pelouro das Obras Municipais, não tinha tomado qualquer posição até o assunto ter vindo a público no jornal NOTÍCIAS DE FAMALICÃO. Isto não obstante a obra ter demorado várias semanas a ser feita.
Aos vereadores, Paulo Cunha explicou que “a responsabilidade é da empresa titular da operação de loteamento, cujos contornos o município desconhecia por não lhe ter sido submetido o respetivo projeto”.
“LAXISMO” E “SILÊNCIO”
O Partido Socialista de Vila Nova de Famalicão e Calendário, em comunicado enviado aos jornais, lamentou a explicação do presidente da autarquia, por considerar que resume, “de forma assustadora e incompreensível, como uma obra com este relevo tendo vindo a ser tratada, descartando as suas próprias responsabilidades” e assumindo “não ter conhecimento de nada”.
Para o PS, há duas explicações para o sucedido: ou Paulo Cunha “está mesmo convicto do que afirma, o que revela, mais uma vez, a sua faceta de mero agente burocrático de processos que lhe são endereçados (a exemplo do sucedido com a antena na Escola D. Maria II) ou o laxismo político é de tal ordem que o atual presidente da Câmara Municipal entende não ter o dever político de ser o garante da causa pública em Vila Nova de Famalicão”.
O PS de Famalicão e Calendário destaca ainda o “silêncio” da presidente da Junta da União de Freguesias, Estela Veloso: “Devemos questionar se ainda existe motivação política para lideraram os destinos da freguesia.”
NOTÍCIAS RELACIONADAS
Pedras soltas polémicas em obras da via pública à porta do Estádio de Famalicão
Obras junto ao estádio “são ilegais”. Câmara tem “postura meramente reativa”, diz o PS
Comentários