A distrital de Braga do PSD vai a votos na sexta-feira, dia 6 de setembro. Paulo Cunha, atual líder da distrital é candidato a um novo mandato – o terceiro consecutivo. Uma das razões para ser novamente candidato é a mesma apontada na última recandidatura à liderança da distrital: a preparação das eleições autárquicas de 2025.
“Se por um lado considero que o trabalho de preparação para o futuro ciclo autárquico em curso reclama a minha atenção especial, não ignoro que o apoio ao governo em funções é vital para o sucesso das suas muito meritórias políticas públicas que estão a ser implementadas para bem de Portugal”, argumentou Paulo Cunha quando anunciou a recandidatura.
Além de presidente da distrital, estrutura que liderou também entre 2010 e 2014, Paulo Cunha é atualmente vice-presidente nacional do PSD e foi eleito eurodeputado em junho deste ano.
“Com Miguel Macedo a presidir à mesa da assembleia distrital, César Teixeira a liderar o conselho de jurisdição e José Padrão à frente da comissão distrital de auditoria financeira, construímos as equipas que desejávamos”, referiu Paulo Cunha esta segunda-feira em nota enviada à comunicação social e partilhada no Facebook.
Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, que nos últimos dois mandatos foi presidente da mesa da assembleia distrital, não é recandidato.
Numa publicação no Facebook, Ricardo Rio referiu a “vontade de interromper paulatinamente a participação política ativa no futuro próximo (a coroar com a cessação de funções como autarca em Outubro de 2025)”. Na mesma publicação Ricardo Rio elogiou a escolha do seu potencial sucessor: “Miguel Macedo, um dos melhores quadros do PSD a nível nacional”.
“NÃO HÁ PROTAGONISTAS ETERNOS”
“Há cerca de um mês anunciei a minha intenção de apresentar listas candidatas aos órgãos distritais de Braga do PSD. Desde esse momento que me desdobrei em contactos com as mais diversas estruturas do partido para contruir equipas que materializassem a ambição que presidiu ao anúncio da minha candidatura”, refere Paulo Cunha no comunicado enviado hoje.
No entanto, a candidatura de Paulo Cunha não é uma unanimidade. Carlos Eduardo Reis, vereador na Câmara de Barcelos e deputado à Assembleia da República, em entrevista ao jornal “Correio do Minho” no dia 17 de agosto, disse que “é público que em Barcelos não temos uma visão notarial da comissão política distrital”, referindo que “há dois anos fizemos saber a Paulo Cunha que não contaria como o nosso apoio”.
“Tenho ouvido dizer que ninguém compreenderia que não fosse recandidato. Bem, acho exatamente o contrário. Sobretudo porque agora estará ainda mais longe do terreno, dos desafios que teremos em 2025. Além de me parecer que perdeu apoios e condições. O tempo político pede um novo ciclo”, disse Carlos Eduardo Reis ao jornal bracarense, salientando: “Não quero personalizar a questão, tenho respeito por Paulo Cunha, foi um excelente autarca, está agora na Europa a iniciar funções importantes”.
“Há um tempo de desgaste, há timings que são impossíveis de contrariar na política, não há protagonistas eternos”, referiu Carlos Eduardo Reis, garantindo que “o partido tem hoje protagonistas de qualidade em vários territórios”.
MUDANÇA BRUSCA
Em 2021 Paulo Cunha anunciou, inesperadamente, que não seria candidato ao terceiro mandato como presidente da Câmara Municipal de Famalicão. O NOTÍCIAS DE FAMALICÃO noticiou, em primeira mão, o tabu em torno da recandidatura [ver aqui Tabu da recandidatura de Paulo Cunha agita coligação PSD-CDS em Famalicão e aqui Tabu desfeito. Paulo Cunha não é candidato].
Semanas depois, a informação foi confirmada por Paulo Cunha que, num vídeo divulgado no Facebook, explicou as razões para não ser novamente candidato e disse que voltaria para a advocacia e para as aulas na universidade.
Recorde-se que Paulo Cunha foi presidente da concelhia de Famalicão por dois mandatos. Em outubro, dias depois das eleições autárquicas, Paulo Cunha, que tinha mandato como presidente do PSD-Famalicão até fevereiro do ano seguinte, anunciou eleições para escolher o novo presidente do órgão, considerando que chegou o momento de “abrir um novo ciclo na concelhia”.
No entanto, apesar de ter se afastado da concelhia sob o argumento de um novo ciclo, em março deste ano Paulo Cunha candidatou-se à mesa do plenário da concelhia social-democrata e foi derrotado pelo antigo vereador e atual presidente da Junta de Freguesia de Ribeirão, Leonel Rocha.
O ex-autarca concorreu ao lado do presidente da Câmara Municipal, Mário Passos, candidato à presidência da comissão política, que também perdeu [ver aqui Sofia Fernandes vence Mário Passos e Paulo Cunha e conquista PSD-Famalicão com vantagem esmagadora].
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