O mau estado de conservação dos passeios e as debilidades na sinalética na cidade foram alguns dos temas que Carlos Figueiredo levou à discussão na última reunião do executivo da Câmara Municipal, realizada no dia 2, através da plataforma Zoom.
Carlos Figueiredo participou no espaço reservado à intervenção de munícipes. Qualquer cidadão pode participar, desde que faça inscrição antecipadamente.
Citando exemplos concretos, Carlos Figueiredo procurou sensibilizar o executivo municipal para a situação dos passeios na cidade que considera terem se “deteriorado muito nos últimos dois anos”.
Alertou também para outro problema que considera grave que é o facto de haver “sítios onde os passeios deram lugar a esplanadas e as pessoas não têm por onde passar”.
Em relação à sinalética da cidade, afirma que é “inadmissível e desagradável que tenha sido descurada”, considerando que é uma lacuna que deve ser resolvida porque “uma má imagem a quem nos visita”.
Entre os exemplos citados estão a ausência de sinalética a indicar a localização da GNR na cidade e o facto de não haver nenhuma indicação na rotunda Bernardino Machado a mostrar a direção para a vila de Joane ou para o concelho de Guimarães.
PASSEIOS E SINALÉTICA DA CIDADE
“Não tenho a sua opinião”, respondeu Paulo Cunha, discordando de Carlos Figueiredo com veemência. Paulo Cunha afirmou que “há sinais a mais e não a menos”. Na opinião do autarca, o correto “é remover sinais em vez de colocar novos”. Segundo o presidente da Câmara de Famalicão, com os meios tecnológicos existentes é dispensável a existência de tantos sinais indicativos.
Em relação ao estado de conservação dos passeios, Paulo Cunha retrucou que “nunca se investiu tanto nessa área como agora”, disse o presidente da Câmara, recusando aceitar quaisquer críticas sobre o estado de conservação e manutenção dos passeios.
Segundo Paulo Cunha, a autarquia tem “uma equipa permanente cujo trabalho é exclusivamente fazer este tipo de intervenção”, estando assegurados, portanto, os cuidados de “manutenção de passeios e de passadeiras”, “tanto no perímetro urbano como também nas freguesias”.
NOVA SINALÉTICA PRESTES A ESTREAR
Quem assistiu à reunião de Câmara e ouviu as afirmações do presidente da Câmara sobre a sinalética da cidade pode pensar que um dos próximos passos da autarquia será a remoção de alguma sinalética do centro urbano.
No entanto, o NOTÍCIAS DE FAMALICÃO teve acesso a documentos que revelam que a Câmara Municipal vai colocar novos sinais no centro urbano. O contrato foi assinado pelo próprio Paulo Cunha.
O contrato – denominado “Projeto de execução do plano de reformulação da sinalética no perímetro urbano da cidade de Vila Nova de Famalicão” – tem o valor de 38.500,00 euros. Com o acréscimo do IVA, o montante total é de 47.355,00 euros.
O contrato foi assinado a 25 de fevereiro e o prazo de execução é de 120 dias. Ou seja, o prazo é até 25 de junho. Assim, e se não houver atrasos, a nova sinalética da cidade deve ser apresentada ainda no decorrer deste mês.
DEVOLVER DINHEIRO PARA OS FAMALICENSES
No último ponto da sua intervenção, Carlos Figueiredo lançou um repto aos vereadores que irão concorrer a um novo mandato: a diminuição da carga fiscal no concelho.
“O município de Vila Nova de Famalicão tem uma arrecadação de cerca de 36 milhões de euros de impostos diretos, o que tornaria possível a construção de nove novos mercados municipais como o que foi recentemente inaugurado”, explicou Figueiredo, apontando o município com uma das taxas mais elevadas do país e do distrito ao nível do IMI e a taxa mais elevada do país ao nível da derrama nas empresas. Também tem a taxa mais elevada do IRS municipal, referiu, acrescentando “com exceção deste ano, o que só terá efeitos no próximo”.
É por isso que considera que “se o município de Famalicão e os partidos se entenderem nesta matéria de impostos é possível transferir para os bolsos dos famalicenses cerca de 6 milhões de euros”.
Em referência a um melhor uso do dinheiro público, Carlos Figueiredo cita as reuniões do executivo municipal onde comummente são “distribuídos milhares de euros a tudo que mexe e não mexe”. E cita como exemplo a atribuição de subsídios a associações que ainda só existem no papel.
O repto foi ignorado uma vez que nem Paulo Cunha nem nenhum vereador fez qualquer comentário sobre a cobrança de impostos no concelho ou despesas efetuadas.
MENOS PROPAGANDA, MAIS INFORMAÇÃO
De forma a tornar mais acessível o acompanhamento das reuniões da Câmara e da Assembleia Municipal por parte da população, Carlos Figueiredo sugeriu a transmissão das reuniões na página do Município na rede social Facebook que é seguida por cerca de 55 mil pessoas.
“No horário e formato atual, a transmissão das reuniões do executivo municipal é acessível para poucas pessoas”, explica Carlos Figueiredo. A sugestão tem como referência o facto de a autarquia ter como hábito transmitir diversos tipos de eventos e iniciativas através do Facebook e ficarem arquivados e disponíveis para visionamento posterior no próprio Facebook e em outras redes sociais como Youtube, etc.
Ao contrário da generalidade dos vídeos da autarquia, as reuniões do executivo não ficam disponíveis para serem vistas depois. Já a Assembleia Municipal tem disponível para os cidadãos o acesso – embora incompleto – a vídeos de sessões realizadas entre os anos de 2017 e 2021.
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