O ainda presidente da Câmara de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha, reúne-se nesta segunda-feira com o coordenador nacional autárquico e secretário-geral do PSD, José Silvano, a quem vai comunicar a decisão de não se recandidatar a um terceiro mandato pela coligação PSD-CDS, avança o jornal “Público” na sua edição online.
Neste encontro com José Silvano, Paulo Cunha, que é líder local e distrital do PSD, deverá indicar que a sua escolha para candidato será Mário Passos, vereador das Freguesias, Desporto e Associativismo, conforme o NOTÍCIAS DE FAMALICÃO revelou em primeira mão.
Já depois de a notícia ter vindo a público, Paulo Cunha esteve reunido com autarcas e ex-autarcas do PSD nas freguesias. No encontro, que decorreu na tarde de domingo à porta fechada, na Casa das Artes, Paulo Cunha revelou que gostaria de regressar à sua vida profissional como advogado e voltar a dar aulas na universidade.
FAMALICENSES SURPREENDIDOS
“É um processo maturado”, frisou, citado pelo “Público”, agradecendo a colaboração de todos nos oito anos da sua presidência.
Enquanto isso, as hostes do PSD e muitos eleitores de Paulo Cunha mostravam a sua surpresa nas redes sociais. Já as reações à escolha de Mário Passos como candidato a sucessor oscilam entre aqueles que o defendem cegamente e os que lhe apontam ter sido a pior das escolhas entre os eventuais sucessores.
A justificação de Paulo Cunha para abandonar o seu trajeto autárquico causa perplexidade não só entre os militantes de base da coligação PSD-CDS como também junto dos famalicenses mais distantes da vida política e partidária. Enquanto uns esperam por explicações mais razoáveis, outros auguram-lhe outros voos políticos.
A questão é que o PSD nacional só entrará em processo eleitoral em 2022 em caso de derrota política de Rui Rio nas artárquicas. E as eleições legislativas realizam-se em 2023, pelo que só nessa altura Paulo Cunha poderia candidatar-se a deputado à Assembleia da República.
MILITANTES SABEM PELA IMPRENSA
Entretanto, setores do PSD famalicense não perdoam a Paulo Cunha o facto de o tema da sua retirada ter aparecido primeiro nos meios de comunicação social. Por seu turno, o autarca acabou por não dar explicações públicas sobre a sua decisão, tendo dito apenas que estava perante “um processo de decisão”.
A verdade é que, no fim da tarde de domingo, Paulo Cunha já sabia que iria encontrar-se com José Silvano nesta segunda-feira para comunicar a sua decisão de se retirar da vida autárquica.
Lembramos que José Silvano, coordenador autárquico do PSD nacional, revelou no início de abril a existência de quatro municípios que tinham “os candidatos escolhidos, mas que por estratégia política da nacional e deles próprios não vão ser divulgados neste momento, por questões locais”.
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