“Entendo que a Câmara [de Vila Nova de Famalicão] tem de mudar de ciclo e que aquilo a que me propus já está realizado”, afirmou Paulo Cunha em declarações surpreendentes prestadas ao jornal “Observador”.
O Observador escreve que a retirada de Paulo Cunha da vida autárquica famalicense é “mais uma dor de cabeça para Rio” e que o município de Vila Nova de Famalicão, dominado pela coligação PSD-CDS há 20 anos, é um “bastião do PSD em risco”.
Entretanto, aguarda-se com expectativa a comunicação que Paulo Cunha vai fazer esta terça-feira aos famalicenses, um dia depois de se ter explicado ao próprio presidente do partido, Rui Rio, numa reunião que teve lugar na cidade do Porto.
Segundo o “Público” desta manhã, que não dá conta de qualquer tentativa de Rui Rio para demover Paulo Cunha da sua decisão, a reunião com o líder nacional do PSD anulou a reunião que o autarca famalicense tinha programada para o final da tarde com o secretário-geral José Silvano.
O autarca escolheu a rede social Facebook para explicar as razões da sua não recandidatura à presidência da Câmara Municipal.
Não se sabe se falará em direto ou através de um vídeo previamente gravado. A comunicação do ainda autarca está agendada para esta terça-feira, 11 de maio, às 19h00, na sua página oficial no Facebook.
O SILÊNCIO DOS VEREADORES
Enquanto os vereadores da maioria PSD-CDS permanecem em silêncio, Hugo Mesquita, secretário do PSD-Famalicão e assessor municipal, foi o primeiro dirigente partidário a vir a público falar sobre Paulo Cunha e a sua retirada.
“É uma pessoa de referência no PSD para continuar a andar por aí”, disse Hugo Mesquita, em declarações ao “Público”, adiantando que “as qualidades políticas que tem vão permitir-lhe fazer um caminho, porventura, rumo à liderança do PSD”.
Mais enigmáticas são as declarações de Joaquim Pinto Moreira, conselheiro nacional e presidente da Câmara de Espinho, que internamente esteve alinhado com Luís Montenegro. Pinto Moreira diz que Paulo Cunha “terá um papel político no futuro”, mas sublinha que “não foi a ambição política” que o levou a abandonar a vida autátrquica, mas sim “razões pessoais”.
Refira-se que Paulo Cunha indicou o vereador Mário Passos como candidato da coligação PSD-CDS à Câmara de Famalicão, mas o seu nome terá que ser aprovado em reunião plenária do partido.
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