A Comissão Política Distrital do PSD Braga, presidida por Paulo Cunha, apresentou no último sábado, dia 22, o nome de Mário Passos como recandidato à Câmara de Famalicão e de outros quatro candidatos às câmaras municipais de Amares, Esposende, Vila Verde e Terras de Bouro. A informação foi divulgada no perfil da Distrital laranja no Facebook, mas não foi partilhada nos perfis do PSD-Famalicão, onde a última publicação é sobre a suspensão das jornadas autárquicas.
O nome de Mário Passos foi apresentado pela distrital laranja sem que tivesse sido aprovado em reunião da comissão política e confirmado pelos militantes em plenário, como aconteceu em 2021 [ver notícia PSD-Famalicão promete “união” em torno de Mário Passos].
Ao deixar a presidência da Câmara, Paulo Cunha disse que iria afastar-se da política local e antecipou as eleições para a concelhia. No entanto, no ano passado, voltou a concorrer a eleições no PSD-Famalicão, fazendo parte da lista de Mário Passos [ver notícia Sofia Fernandes vence Mário Passos e Paulo Cunha e conquista PSD-Famalicão com vantagem esmagadora]
Paulo Cunha tem tentado passar a mensagem de que o processo de escolha de candidatos está a decorrer “dentro da normalidade”, mas é indisfarçável que as coisas não vão bem em Famalicão [ver notícia Paulo Cunha nega qualquer tipo de “divergência” ou “divisões internas” em Famalicão].

TABU À VOLTA DE MÁRIO PASSOS
Recorde-se que, em 2021, o nome de Mário Passos foi escolhido por Paulo Cunha que, na altura, era simultaneamente presidente da Câmara, da concelhia e da distrital. Na altura, Paulo Cunha, disse que não iria candidatar-se ao terceiro e último mandato para “regressar à advocacia e à docência”.
No documento de orientação estratégica para as autárquicas 2025, o PSD refere que o apoio à recandidatura dos atuais autarcas é a regra, mas existem exceções, como, por exemplo, quando “existam situações que contrariem os princípios estratégicos” do partido ou “indiquem uma falta de reconhecimento popular que possa comprometer os resultados eleitorais” [ver notícia Saiba quais são os critérios do PSD para escolher o candidato à Câmara em 2025].
Os critérios tocam num assunto comentado nos bastidores, mas sobre o qual ninguém quer falar publicamente: as condições políticas de Mário Passos para ser recandidato. Por um lado, a popularidade, por outro, o envolvimento investigações em curso no Ministério Público.
A somar a tudo isso, há outro tabu: os resultados eleitorais obtidos por Mário Passos em 2021. Nas últimas autárquicas a coligação PSD/CDS perdeu um vereador para o PS e teve o seu pior resultado depois de Armindo Costa ter conquistado a Câmara ao PS em 2001. Além disso, o número votos obtidos pela lista encabeçada por Mário Passos foi menor que o de eleitores que optaram pela abstenção. Isso nunca tinha acontecido à coligação.
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