A Comissão Política Concelhia do PAN Famalicão endereçou ao executivo camarário duas propostas relativas ao projeto previsto para a zona de Cabeçudos. Em causa está a construção de um “ecoparque” que, para o partido, “mais não é que uma zona industrial, a acrescentar às muitas já existentes no concelho”.
A polémica em volta do referido projeto levou o partido a endereçar um ofício ao executivo liderado por Mário Passos, com vista a que qualquer declaração de interesse público municipal seja precedida de consulta pública e sessão pública de esclarecimentos.
“Para o PAN esta forma de atuar está muito longe do que se pode afirmar ser transparente. Quando temos declarações de interesse público municipal, conforme o próprio nome indica, estas devem assentar no real interesse da população, e para isso, a mesma tem de ser ouvida”, refere Sandra Pimenta, porta-voz do PAN Famalicão.
A responsável acrescenta que “qualquer projeto a ser provado precisa de ser enquadrado no atual contexto, lembramos que este foi aprovado há oito anos, no mandato de Paulo Cunha”. “É imperioso que os estudos referentes ao projeto sejam discutidos e analisados à luz das exigências atuais, sob pena de uma vez mais, termos graves prejuízos para o concelho”, destaca Sandra Pimenta.
O PAN chama ainda atenção ao facto de que pela segunda vez o ponto relativo a esta questão foi retirado da discussão em sede de reunião de Câmara Municipal, que ocorreu esta quarta-feira. [ver aqui Mário Passos retira proposta do ecoparque da reunião de Câmara pela segunda vez consecutiva]
Em comunicado o PAN reforça a posição de que “não vale tudo em nome do crescimento económico de certos setores” e que “o nosso concelho tem de oferecer uma economia diversificada, sustentável e que equilibre os pratos da balança em matéria ambiental”.
“Exige-se um cabal esclarecimento de toda esta situação e que os famalicenses sejam informados da realidade local em matéria de organização de território e dos verdadeiros impactos ambientais e sociais resultantes destas decisões que, como já referimos, estão defasadas das necessidades atuais” conclui a porta-voz concelhia, acrescentando “a Câmara Municipal não pode ficar refém de decisões prévias ou do setor privado”.
“Dizer ‘não’ também é uma forma de fazer política”, salienta Sandra Pimenta.
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