Quem depois do confinamento, passear pela cidade, vai deparar-se com uma realidade que parece ser um efeito colateral da Pandemia, provocada pelo vírus chinês, SARS-CoV-2. Mas não, os passeios da Av. 25 de Abril e da Rua Alves Roçadas, por exemplo, estão mais estreitos há vários anos.
Na Av. 25 de abril e na Rua Adriano Pinto Basto, estão mais estreitos, por via de uma esplanada que foi autorizada, mesmo frente a uma passadeira, e no último caso, pela circunstância de ter sido aí colocada uma rampa de acesso a uma agência bancária, com dimensões avantajadas, desnecessárias, que ocupam também mais de metade do passeio.
Mas há mais passeios reduzidos a 60cm, com obras particulares que se prolongam, sem fim à vista, como é o caso no topo sul da Praça D Maria II, Rua José Gomes de Matos.
Entretanto, existem passeios deteriorados na Av. Carlos Bacelar, por causa das raízes das árvores, mas sobretudo por desleixo da Câmara Municipal, cuja situação já se arrasta há mais de 2 anos.
Para não falar nos passeios, onde não se consegue passar, porque no seu percurso, tem menos de 40 cm de espaço livre, como, quando chove, forma-se ali uma poça de água, tendo os peões que fugir para a estrada, que é o caso do passeio da Rua Senador Sousa Fernandes.
Curiosamente, nesta rua, quem se desloca no sentido da Rotunda Santo António, percebe que as habitações são antigas. Uma delas construiu um muro novo, exatamente onde estava um antigo, continuando o alinhamento dos já existentes, muro esse, em pedra, que nunca deveria ter sido autorizado, mantendo o passeio estreito, onde em determinados locais não se consegue passar sozinho, muito menos cruzar-se uma pessoa com outra.
Se houvesse preocupação com a mobilidade dos cidadãos, esta situação jamais existiria, tendo a CM, alargado o passeio, sem grandes encargos para o erário público.
Depois, ainda existem situações caricatas, exatamente na Av. Carlos Bacelar, onde há placas a indicar o Parque de Estacionamento dos Bombeiros, estando os ferros de suporte, no meio do passeio, literalmente.
Decidi este mês, escrever sobre o estado lastimável dos passeios, depois de ter denunciado a situação no caso da Rua Monsenhor Santos Fernandes, junto do Executivo Municipal, e ter publicado em setembro nas redes sociais, imagens, para que todos vissem a degradação dos mesmos.
Pensei eu que alguém iria resolver a situação rapidamente, mas não.
Entretanto, anunciam-se grandes obras, ligação da Estação da CP à Central de Camionagem, para bicicletas, a intervenção na Praça D. Maria II e Antigo Campo da Feira, sem parque de estacionamento subterrâneo, após a construção de um Mercado Municipal, todo moderno, onde se gastarão cerca de 5 milhões de Euros. Não tenho nada contra a realização destas obras ou a construção daquele equipamento, bem pelo contrário.
Gosto muito de andar de bicicleta, vou todas as semanas, à Praça D. Maria II a pé e no futuro, poderei frequentar o Mercado, quanto mais não seja para assistir ao movimento de pessoas, a fazer as suas compras e, quiçá, tomar o pequeno almoço num dos novos espaços que lá abrirão, para o efeito. Gosto muito de feiras e mercados, daquele frenesim e, da agitação e dinamismo comercial, dos que vendem e dos que compram.
Contudo a questão que se coloca é: num orçamento de 130 milhões de euros (2021), a Câmara Municipal não arranja dinheiro para reparar passeios e para pagar a alguém para verificar o estado dos mesmos?
Hoje foquei-me nos passeios. Mas a sinalética da cidade também é muito deficiente.
Um exemplo muito concreto, para que todos os possam comprovar, se tiverem interesse ou curiosidade: alguém já viu indicações que indiquem a direção de uma entidade pública essencial para a nossa segurança, que é a GNR? Imaginem que vem tratar de algum assunto àquele organismo.
Venham do lado, norte, sul, nascente ou poente de Famalicão, que não encontram uma Placa de Direção a indicar a GNR. Uma, para amostra. Já se substituiu a Sinalização Urbana, várias vezes, e aquela entidade que está localizada no fim da Rua Vieira da Silva, há décadas, e nunca ninguém deu conta, que aquela força de segurança, deveria estar devidamente sinalizada.
Mas o mais caricato, é que na Rua Monsenhor Torres Carneiro existe lá uma placa quanto se vem da Rotunda de Santo António, na direção do Hospital. Mas se vier em sentido contrário, já não existe placa nenhuma.
O mesmo sucede quando está na Rua Fernando Pessoa, se vier a descer, saindo das urgências do Hospital, tem uma placa à entrada da Rua Vieira da Silva, mas se fizer o sentido oposto, já não existe. Muito mau para ser verdade!
Já que falo de sinalética urbana, devo dizer que a placa indicativa da Urgência do Hospital é minúscula e quando se sai do serviço de Urgência na Rua Norton de Matos, faz falta uma placa a indicar Saída, para que os veículos possam rapidamente aceder à Avenida 9 de julho e assim, retomarem o seu destino.
Na verdade, nestes dois aspetos, estado dos passeios e sinalética urbana, incluindo o nome das ruas, pracetas e avenidas, a situação deixa muito a desejar.
E é pena, porque a cidade de Vila Nova de Famalicão, tem condições ao nível da localização e do seu empreendedorismo, para ser uma cidade média, com um grande potencial regional para ser um ponto de encontro de pessoas, onde possam conviver, mas também dinamizar a atividade comercial, não só do centro da cidade, mas por arrasto, também da sua periferia.
A mobilidade e o dinamismo urbano, depende muito do estado das ruas e dos passeios, mas também da sua identificação, bem como a dos monumentos, de edifícios públicos e privados com interesse turístico e, claro, da boa identificação das direções ou locais que os visitantes pretendam deslocar-se.
É um pouco esta imagem de desleixo e laxismo que estamos a dar, a quem nos visita. E não tinha de ser assim!
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