Existem homens e mulheres que arriscam a vida por desconhecidos e não poupam sacrifícios no cumprimento do seu dever. Esses profissionais dedicam-se ao desenvolvimento da sociedade e à promoção do bem comum. Sacrifício, coragem e a vontade de ajudar o próximo fazem parte da rotina dos bombeiros. Eu prefiro chamá-los de heróis.
Para ostentar esta farda é preciso ter muito mais do que coragem para colocar em risco a vida por pessoas que nunca viram.
É preciso ser um apaixonado pelo que faz, pois mesmo diante dos piores momentos, nunca vi algum que tenha por um só minuto se arrependido da escolha que fez. Estes são os valores sobre os quais se celebra o esforço, a dedicação, daqueles que sem esperar nada em troca oferecem o seu apoio para o bem do próximo.
Atualmente, há cerca de 30 mil bombeiros no ativo em Portugal. Apesar de ganharem maior destaque nos meses quentes de Verão, só uma pequena percentagem da sua atividade é que está relacionada com fogos florestais. Na maioria das vezes não recebem salário, mas não se importam com isso porque fazem por paixão.
O trabalho dos bombeiros portugueses não se resume a extinguir fogos. São socorristas, transportam doentes, atuam em situações de risco. A felicidade de uma mãe que deu à luz, um idoso que foi socorrido, uma pessoa que sofreu um acidente. São os primeiros a chegar.
São também os bombeiros que fazem o transporte de emergência de doentes e que atuam em situações de socorro, trabalhando em conjunto com o INEM. Quando ingressei no INEM aprendi que os bombeiros são responsáveis por 95% da atividade do INEM. Por vezes, quando as pessoas dizem já chegou o INEM, muitas das vezes quem chegou foi o carro porque antes quem lá vai são os bombeiros.
Não deixo de louvar o trabalho destes homens que por tão pouco arriscam a própria vida. Neste momento estão a passar por uma fase mais complicada, os comandantes de bombeiros que normalmente são os que conhecem bem o terreno deixaram de poder comandar os fogos e todas as operações passaram a ser comandadas pela proteção civil, cuja coordenação não está ser eficaz.
Enquanto isso, os comandantes dos bombeiros têm de esperar pela ordem da proteção civil para comandar os seus homens, o que a meu ver está errado. A coordenação deve sim ser da proteção civil, mas faz mais sentido serem os bombeiros a comandar as operações.
Eles dizem que não são super heróis porque não tem poderes mágicos, não são anjos porque não tem asas, não são inconscientes porque sabem os riscos que correm, mas eu diria que são homens e mulheres corajosos cujas fardas são sinónimo de bravura.
O que seria do mundo sem os bombeiros!
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