A CDU apresenta listas à Câmara e a Assembleia Municipal e também às 34 Assembleias de Freguesia. Embora seja conhecimento de todos que a CDU participa sempre no ato eleitoral, ao longo dos últimos quatro anos não se tem visto tanta intervenção da CDU no concelho. Fale-nos sobre essa participação da CDU no ato eleitoral do próximo dia 26.
A CDU tem sido interventiva nestes últimos quatro anos, como tem sido nos mandatos anteriores com a sua presença na Assembleia Municipal, com o seu eleito. Aliás, dos elementos na Assembleia Municipal é dos que mais intervenções faz. Portanto, há uma grande intervenção da CDU em termos municipais, com a sua presença na Assembleia Municipal. A nível do concelho, a CDU também tem feito algumas sessões, no sentido de esclarecer a população para os projetos e propostas que vem apresentando. É verdade que a CDU apresenta listas em todas as freguesias do concelho. São listas, fundamentalmente, compostas por jovens. São listas dinâmicas, tendo em conta que são constituídas por pessoas que conhecem a realidade das suas terras, das suas freguesias e até do concelho. Mas direi, acima de tudo, o seguinte: a CDU, tendo em conta o resultado das eleições anteriores, não ambiciona alcançar a presidência da Câmara Municipal. O nosso propósito fundamental é conseguir um resultado melhor do que o resultado das eleições anteriores. Pretendemos obter mais votos e com a obtenção de mais votos eleger mais eleitos quer para a Assembleia Municipal, quer para as Assembleias de Freguesia e, naturalmente, também para a minha eleição para a Câmara. Portanto, para o executivo municipal, digamos que no fundo nós temos consciência até onde podemos chegar e vamos fazer os possíveis para conseguir obter mais votos. Para isso, temos de, junto da população, fazer passar as nossas propostas.
Que tipo de problemas Famalicão tem que podem ser respondidos através das candidaturas da CDU?
Com a minha possível eleição para o executivo municipal eu poderei dizer que serei uma voz ativa, firme e acima de tudo exigente. Serei também uma pessoa de consensos, pois viabilizarei todas as propostas, todos os projetos que se traduzam e resultem no interesse de Famalicão e também no interesse do bem-estar e de mais e melhor qualidade de vida dos famalicenses. Viabilizarei todas as propostas e projetos que venham ao encontro do interesse de Famalicão e não escolherei paternidade.
Entretanto, há diferenças entre a coligação que representa [CDU] e a coligação de direita que, nesse momento, governa o Município de Famalicão. Quais são as principais diferenças entre a CDU e a coligação PSD/CDS-PP que exerce o Governo Municipal?
Bom, o que eu poderei dizer é o seguinte: com a minha participação no executivo, esteja que coligação for no governo da Câmara, se porventura apresentar projetos que sejam – e que nós entendemos que são – do interesse de Famalicão e do interesse dos famalicenses podem contar que terão em mim uma pessoa de consensos e que viabilizarei todas as propostas que vão nesse sentido. Portanto, não direi nem relatarei qualquer tipo de diferenças com a minha presença no executivo municipal. Eu serei, como disse, uma pessoa atenta, exigente e firme.
Mas além da sua postura, vamos falar de base partidária. Nesse momento, falando de propostas, o que é que diferencia a CDU em termos de olhares, de planos e rumos para Famalicão? Quais são, digamos, as três principais propostas que a CDU tem para Famalicão?
Nós temos apresentado propostas no contacto que temos tido com as populações e recolhido também os seus contributos. Olhe, poderei dizer que é um grande problema que afeta Vila Nova de Famalicão: a questão da habitação. O problema dos transportes, nós temos uma visão um pouco diferente daquilo que a maioria, que o governo da Câmara tem. Relativamente, digamos, à oferta dos transportes. Relativamente também à saúde, quer dizer, é uma série de setores que nós, com certeza, iremos fazer o devido tratamento no executivo municipal. No sentido de que estes problemas sejam, de facto, resolvidos em prol dos famalicenses.
E para as freguesias, quais são os problemas mais urgentes que vê em algumas freguesias do concelho?
Em primeiro lugar, sobre as freguesias, iremos propor que seja prevista a “Lei Relvas”. Ou seja, o processo de agregação de freguesias. Estamos convencidos de que essa lei não veio resolver em nada o problema das freguesias. Iremos também propor transferência de competências para as freguesias. É a posição da CDU e a Câmara tem um pouco de azia relativamente à transferência de competências do Governo para as autarquias. Nós vamos defender as transferências de competências para as freguesias, mas naturalmente, que essas competências terão de ser acompanhadas dos necessários recursos financeiros, para que o investimento e as obras sejam executados. Não temos quaisquer dúvidas que uma obra que a Câmara pretenda fazer, se a transferir para a Junta de Freguesia, ela será mais bem executada e com menos dinheiro.
Imagine que eu sou uma eleitora indecisa e que estamos a ser assistidos por outros eleitores indecisos. O que é que nos diria para nos convencer a votar em si?
Como lhe disse anteriormente, nós não temos ambição, e compreende-se, de alcançar a presidência da Câmara. Portanto, o nosso objetivo é ser eleito para o executivo municipal. As pessoas podem ter consciência de que serei uma pessoa reivindicativa, exigente e firme, mas também serei uma pessoa, como disse, de consensos. Todas as propostas que venham à reunião de Câmara e que se traduzam e resultem em melhores condições de vida dos famalicenses, podem contar comigo.
Sempre foi da CDU ou já teve filiação partidária a outra cor?
Eu não tenho filiação partidária. Identifico-me com os ideais da CDU, nomeadamente no que diz respeito à classe operária e aos direitos dos trabalhadores, mas não sou militante. Não pertenço a qualquer organização da CDU local nem distrital.
Entretanto, já foi autarca, não é? Foi presidente da junta de freguesia…
… de Riba de Ave. Fui durante três mandatos, 12 anos, e também nesta condição [independente].
É o único dos candidatos à Câmara Municipal que não está a concorrer pela primeira vez.
Sim, concorri em 2013.
Já teve alguma filiação partidária anterior?
Nunca tive filiação partidária. Enquanto estudante andei em algumas iniciativas, mas nunca ligado aos partidos políticos. Quando aceitei o convite para a Junta de Freguesia foi na mesma condição. Portanto, eu não sou militante, mas identifico-me com os ideais da CDU.
Então, concluindo, alguns dos motivos para votar em si são?
Olhe, direi que ainda hoje há preconceitos de muitos cidadãos. Temos contactado com eles pessoalmente, expõem problemas que gostariam de colocar, por exemplo, numa reunião de Câmara, mas ainda têm preconceitos. Diria mesmo receio de os apresentar pessoalmente. Portanto, eu comprometi-me e comprometo-me perante essas pessoas que eu serei a sua voz no executivo municipal.
Comentários