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Sábado, 23 Novembro 2024

Orfeão Famalicense canta (e encanta) há 105 anos

Instituição centenária comemora mais um aniversário. A comemoração será virtual, na rede social Facebook.

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Famalicão

O Orfeão Famalicense completa, nesta quinta-feira, 11 de fevereiro, 105 anos de existência.

Fundado em 1916 o Orfeão Famalicense é um coro masculino de Vila Nova de Famalicão e uma instituição cultural de referência no município e fora dele. Ao longo da sua história teve duas interrupções de atividade e mantém atividade regular há mais de 50 anos.

Devido à pandemia, o 105º aniversário será assinalado de forma virtual. A comemoração será realizada com recurso às novas tecnologias, no dia 11 de fevereiro, na página na coletividade no Facebook, pode aceder aqui.

É também com recurso às novas tecnologias que os membros do Orfeão Famalicense continuam a realizar os seus encontros, prosseguindo com os ensaios e aprendizagem online, com a liderança do maestro e professor Fernando Dantas Moreira.

Em nota enviada à comunicação social, o Orfeão Famalicense destaca que a comemoração do aniversário “será, também, uma forma de homenagear todos os membros da instituição, em particular dois dos nossos companheiros desaparecidos recentemente”.

A atual direção do Orfeão Famalicense tem, entre outros nomes, Pedro Álvares Ribeiro, na presidência da assembleia geral, Ezequiel Pinheiro Brandão, na liderança da direção e Laurentino Rodrigues Martins, no conselho fiscal.

 

APONTAMENTOS HISTÓRICOS

A história do Orfeão Famalicense faz parte da história de Famalicão. As consultas de apontamentos históricos relatam a criação da instituição.

É o que se pode ler, por exemplo, num apontamento do jornalista José Casimiro da Silva que escreveu: “em 11 de fevereiro de 1916, um domingo, após um porfiado período de propaganda ativamente levado a efeito por uma comissão constituída pelos saudosos professores António Maria Pereira e Carlos Alberto de Oliveira, Mário Lima, Alberto Carlos de Sousa Araújo e Alexandrino Costa e pelo sobrevivente e estimado José Correia, fundou-se o Orfeão Famalicense, sob a direção artística de Adolfo Lima, na parte orfeónica e Alípio Augusto Guimarães, na parte cénica.”

A primeira apresentação do Orfeão ao público aconteceu “na noite de 15 de outubro de 1916 no Salão Olímpia”. No espetáculo participaram as duas formações: a coral e a cénica. O êxito foi total, segundo as notícias publicadas na época pela imprensa local e regional.

Os convites, para espetáculos que ficaram memoráveis, chegaram de várias localidades.

Entre inúmeras datas marcantes há o espetáculo realizado no dia 8 de dezembro de 1916, no Teatro D. Afonso Henriques, em Guimarães, que esteve na origem da fundação do Orfeão de Guimarães.

Também em Santo Tirso, no dia 11 de fevereiro, o Orfeão Famalicense teve receção triunfal.

Nos apontamentos históricos, há um registo do jornalista José Casimiro da Silva, que dá conta de que “o Orfeão era constituído por 82 figuras”.

Mas o sucesso alcançado não foi suficiente para contornar os acontecimentos políticos que se viviam na época, como, por exemplo, a guerra mundial e a “epidemia pneumónica que, em três meses, vitimou três mil famalicenses”.

Entre a primavera de 1918 e o Natal de 1927 o Orfeão suspendeu as suas atividades, só regressando na noite de 28 de abril de 1928. O Salão Olímpia engalanou-se e, de novo, o Orfeão Famalicense proporcionou momentos de grande euforia.

As notícias sobre o grandioso espetáculo voltaram a ter eco por toda a região e levaram o Orfeão Famalicense a Riba de Ave, à Trofa, a Ponte de Lima. Na apresentação realizada no município de Arcos de Valdevez a embaixada famalicense foi recebida com foguetes e por uma banda de música, tendo mesmo encerrado o comércio, num dia que era de trabalho.

Novos acontecimentos fizeram com que o Orfeão Famalicense entrasse em novo interregno até que, em 22 de novembro de 1957, no Dia de Santa Cecília, patrona dos músicos, após 34 anos, com o Padre Benjamim Salgado ao “leme”, renasceu das cinzas, contando já 63 anos de atividade ininterrupta.

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