Foram entregues na sexta-feira, dia 16, os prémios do concurso de quadras Antoninas promovido pelo Orfeão Famalicense. Foram inscritas a concurso 124 quadras.
O júri constituído por Anabela Gregório, professora de português; Maria do Sameiro Figueiredo, cantora, autora, compositora e poetiza; e por João Cidade poeta, em representação do Orfeão Famalicense, analisou as quadras e decidiu os vencedores.
O primeiro prémio, patrocinado pelo E. Leclerc Famalicão, foi atribuído à quadra número 84, com o pseudónimo “Amor de Perdição”, de que é autor David Compadre e que diz assim:
Santo António também és,
Meu amor de perdição.
Ajoelhei-me a teus pés,
Aqui, em Famalicão.
O segundo prémio, patrocinado pela empresa Vieira da Castro, foi atribuído à quadra número 100, com o pseudónimo “Poeta”, de que é autor Guilherme Teixeira e que diz:
P’ras Antoninas eu vou,
Porque solteira não fico,
Será certo arranjar
Quem me regue o manjerico.
O terceiro prémio, que teve o patrocínio da Câmara Municipal, com a oferta de uma publicação sobre a história da Rua Direita e pela artista famalicense Maria do Sameiro com a oferta de um CD, às quadras número 73, com o pseudónimo “saturno”, e à quadra número 121, com o pseudónimo “Kika”, de que são autores José Guimarães e Maria Andrade e que nos revelam:
Santo António, aconteceu!
Foi apenas brincadeira…
– Como é que o bebé nasceu?
Foi o calor da fogueira!
Levaste-me às Antoninas
Sei que fomos p’ra noitada…
Acordei pelas matinas
Não me lembro de mais nada.
Houve ainda o Prémio “Casa das Artes”, atribuído à quadra número 64, com o pseudónimo “Santo António Comprador”, de que é autor David Compadre, que imaginou Santo António a fazer compras na nova Praça de Famalicão:
Santo António é um amor,
Quis fazer a sua graça,
Parou, desceu do andor
Foi fazer compras à Praça.
O júri decidiu, ainda, distinguir com menção honrosa as quadras números 35, 38, 46, 47, 57, 59, 67, 70, 72 e 85, que que das mais variadas formas são demonstrativas do que as festas Antoninas representam para Famalicão, não esquecendo a importância de terem sido classificadas como Património Cultural Imaterial de Portugal:
Antoninas – manjerico:
Há vasos por todo o lado…
Dá um ao teu namorico,
Já que estás apaixonado!
Para a marcha, minha gente!
Vamos lá, para a folia…
Na terra, há festa imponente
Com muito AMOR e magia!
Antoninas, que loucura!
Não há outra festa assim:
Remédio que tudo cura,
Numa noitada sem fim.
Cavaquinhos, concertinas,
Ar festivo já se sente.
São as Festas Antoninas,
A alma da nossa gente.
O povo sai todo à rua,
P’ra contigo festejar!
Dias em que a festa é tua…
Santo António é p’ra durar!
Antoninas bem lembradas
No mote do Orfeão…
Por si podem ser cantadas
Com sublime afinação!
Santo António milagreiro,
Santinho… faz o milagre!
Arranja-me um companheiro..
Jeitoso p’ra minha idade.
Meu santo, vim à cidade,
Trouxe também a mulher!
Regressou à mocidade…
Já não estou p’ro qu’ela quer!
Agora sois Património,
Antoninas a valer!
Riquezas deste quilate
São mesmo p’ra defender!
Também marcha a pequenada,
Não se vai deitar a lua,
Nesta festa abençoada,
Vem Santo António p’ra rua!
No sarau cultural, intitulado “noite de orvalhada”, que decorreu na estação rodoviária de Famalicão, esteve presente o vice-presidente da Câmara Municipal, que elogiou a iniciativa e deixou a garantia de que o concurso de quadras antoninas levado a efeito pelo Orfeão Famalicense, fará parte do programa das festas Antoninas, a partir do próximo ano. A promessa deixou o presidente do Orfeão Famalicense e os orfeonistas muito satisfeitos.
“Faz todo o sentido, face à qualidade do concurso e do evento que o Orfeão nos está a proporcionar. Será mais uma iniciativa muito interessante a enriquecer o programa das Antoninas, em 2024”, disse Ricardo Mendes.
A animação do evento esteve a cargo do Orfeão Famalicense acompanhado de um grupo de excelentes músicos, executando, entre outras músicas populares, a Marcha das Antoninas da autoria de José Casimiro da Silva e do Padre Benjamim Salgado, tendo iniciado com um sketch em que se imagina como tenha começado a devoção a Santo António em Vila Nova de Famalicão, representação que contou com a colaboração de um par de namorados, elementos do Grupo Infantil e Juvenil Santiago de Gavião e de três orfeonistas.
Recorde-se que na sua fundação o Orfeão contava, também, com um grupo cénico.
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