A Assembleia de Freguesia de Ribeirão chumbou o plano e orçamento da Junta de Freguesia para 2023 em reunião ocorrida quinta-feira, 29 de dezembro. A Junta de Freguesia de Ribeirão terá de apresentar um novo orçamento para ser novamente submetido à assembleia. Leonel Rocha, presidente da Junta de Ribeirão, convocou uma conferência de imprensa para a tarde desta segunda-feira.
O orçamento da Junta de Freguesia de Ribeirão foi chumbado com o voto de qualidade da presidente da Assembleia de Freguesia, Cristina Sá, do Movimento Juntos por Ribeirão. Os cinco elementos deste movimento votaram contra o orçamento, assim como o representante do Partido Socialista. Os seis elementos da bancada da coligação PSD-CDS votaram a favor, o que resultou num empate. A presidente da Assembleia de Freguesia usou, então, o seu voto de qualidade para desempatar e obrigar o presidente da Junta a apresentar um novo orçamento para 2023.
Segundo apurou o NOTÍCIAS DE FAMALICÃO o documento foi chumbado porque “continha uma duplicação de valores” relativa à instalação de um equipamento para pessoas de mobilidade reduzida na sede da Junta de Freguesia.
Assim, será agendada nova Assembleia de Freguesia para discutir a proposta de plano e orçamento e do mapa de pessoal da Junta de Freguesia. Cabe agora ao autarca Leonel Rocha refazer as contas.
Refira-se que a Assembleia de Freguesia de Ribeirão é formada por seis eleitos da coligação PSD-CDS, cinco eleitos do Movimento Juntos por Ribeirão e dois eleitos do Partido Socialista.
ORÇAMENTO CHUMBADO
O documento apresentado pelo presidente da Junta de Freguesia da coligação PSD-CDS, o ex-vereador da Educação Leonel Rocha, apresentava “duplicação de valores”, explicou Cristina Santos, líder do Movimento Juntos por Ribeirão.
“O orçamento aprovado tinha sido de 27.500€, mas no orçamento constavam 55.000€, havendo um desfasamento de valores no orçamento final da autarquia”, explicou Cristina Santos, adiantando que a oposição não poderia “viabilizar um orçamento com um erro destes”. Cristina Santos destacou ainda que o Movimento detetou e informou sobre o erro antes da realização da Assembleia.
“O orçamento é rico em projetos, mas nada mais do que isso. A vila de Ribeirão merece mais que apenas estudos e projetos”, comentou Rúben Gomes, membro da bancada do PS na Assembleia de Freguesia ribeirense.
O autarca socialista também votou contra, pois também não entendeu “a duplicação de valores” face ao orçamento apresentado para a obra da instalação do equipamento para pessoas com mobilidade condicionada.
ASSEMBLEIA EXTRAORDINÁRIA
A propósito da proposta apresentada pela coligação PSD-CDS de realizar uma assembleia extraordinária na mesma noite, a eleita refere “não fazia sentido uma nova assembleia passados alguns minutos”. “O orçamento é um assunto sério, que deve ser bem discutido e os ter os documentos devidamente analisados”, salientou.
Cristina Santos destaca que o Movimento Juntos por Ribeirão já havia votado contra o elevador em setembro, por entender tratar-se de “uma despesa demasiado elevada”, sugerindo “a instalação de uma plataforma elevatória, que tem um custo muito mais reduzido que o elevador”. “Se em Setembro votamos contra 27.500 euros para a instalação do elevador, como aprovaríamos agora 55 mil euros para o mesmo elevador?”, refere.
A responsável destaca ainda outras questões para além do valor da despesa e a sua duplicação. “Há outros aspetos a ter em conta. O presidente da Junta diz que o elevador não irá interferir com a obra de reabilitação da sede da junta de freguesia, mas o facto é que até agora sequer existe o projeto da obra”, salienta Cristina Santos.
RETIRADA DE CONFIANÇA POLÍTICA
Entretanto, também no dia 29 de dezembro o Movimento Juntos por Ribeirão emitiu um comunicado no qual retirava a confiança política de um dos elementos que compõe o executivo da junta de freguesia.
“Um ano após as eleições autárquicas é crescente, e notória, a deterioração da relação de confiança e falta de articulação política entre o vogal Manuel Augusto e o Movimento Juntos por Ribeirão, sendo este o culminar de um processo que se arrasta há largos meses. Esta falta de articulação foi-se verificando pela total indisponibilidade do Vogal em trabalhar de forma plena com o Movimento, bem como pela sua falta de vontade para concertar ações e trabalho político conjuntos, sempre pautando a sua atuação política de forma totalmente independente e sem dela dar qualquer conhecimento”, lê-se no documento.
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