O resumo das últimas reuniões de Assembleia Municipal é este: há uma falta de representação nos órgãos municipais de uma proposta clara, liberal, reformista, sensata e que responda aos problemas.
As últimas duas reuniões da Assembleia Municipal são, assim, um sinal claro de que a vida política em Famalicão segue “coxa” de uma forma diferente de ver a política e a vida do concelho.
Desde votos de louvor de onde estes não deviam de vir, conversas desligadas da realidade, ou dos assuntos em discussão (segundo a ordem de trabalhos), os partidos representados na Assembleia, mais o Executivo, são meras ferramentas cegas para a resolução dos problemas de Vila Nova de Famalicão, e a promoção de uma política de melhoria de qualidade de vida, das condições económicas e mais liberdade para os Famalicenses.
Do lado do Executivo, temos uma liderança cada vez mais insegura e incapaz de explicar as medidas para as quais solicita aprovação. Muitas vezes escusando-se de as explicar. Ou passando informações telegráficas, confiando provavelmente nas capacidades hermenêuticas dos cidadãos para as decifrar a posteriori.
Um executivo que abusa das medidas de aumento de despesa e não as consegue explicar. Como, por exemplo, os apoios ao FC Famalicão, clube que obviamente orgulha a cidade com as suas prestações, mas sendo um clube privado é extremamente difícil de justificar apoios avultados ao mesmo, especialmente se outras associações desportivas não gozam da mesma sorte. Ou as famosas obras do centro da cidade, que já seguem alegremente na terceira prorrogação de prazo. E ainda a situação da videovigilância, que tanto o é, como não é.
E ainda o danoso caso da Deputada Municipal Dourado, que recebia avenças da Câmara Municipal – e se vê agora envolvida num “mega-processo” criminal – situação que, aos olhos da Câmara, não é de forma alguma irregular.
Do outro lado, a desinspiração da oposição é notória. Tirando um certo liricismo retórico, e umas reclamações avulso, a rotina esgota-se rapidamente. Entre o reclamar constante que na votação se espreme em abstenções inconsequentes, votos de louvor ao sistema, de partidos que se declaram anti-sistema (e que faltam a uma das reuniões da Assembleia para organizar eventos paralelos), o Executivo segue incólume. Especialmente quando os excelentíssimos deputados procuram mais a promoção pessoal, a custo da despromoção alheia e vulgar ataque pessoal, do que realmente abordar os assuntos.
A tudo isto se alia uma clara confusão de valores e programas, em que partidos de esquerda clamam pelo bom uso dos dinheiros públicos, enquanto a direita parece estar de boa consciência com o despesismo a que temos assistido. Comunistas que barafustam contra a contratação a privados, mas não votam coerentemente contra a proposta. A política local parece servir de desculpa para ignorar os programas e identidades, algo em que a Iniciativa Liberal não se revê.
A Iniciativa Liberal tem seguido o seu caminho, desde a eleição do novo Grupo de Coordenação, tudo temos feito para incomodar – dentro do espírito democrático de oposição – o executivo liderado por Mário Passos e os seus muitos epítetos.
Já chamamos atenção e confrontamos o executivo na questão da vacinação obrigatória de alunos de Ribeirão, a questão dos subsídios atribuídos à imprensa local, as demoras nas obras (desde antes da campanha autárquica), a não realização do Carnaval, uma festa espontânea e popular e que dá vida à cidade. Avançamos com recomendações para o Plano Estratégico Municipal 2022-2030, confrontamos a Câmara Municipal com a questão da videovigilância, questão sobre a qual ainda não obtivemos nenhum tipo de resposta convincente.
Tudo isto é uma amostra de pouco mais de seis meses do trabalho que temos desempenhado, sem tirar ao que já foi feito durante a campanha autárquica, e desde a fundação do Núcleo. Em jeito de celebração do aniversário do Núcleo que presido, não posso deixar de fazer o diagnóstico que a oposição liberal funciona, e faz falta a Famalicão!
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