13.6 C
Vila Nova de Famalicão
Quinta-feira, 6 Fevereiro 2025
Artur Mesquita Guimarães
Artur Mesquita Guimarães
Famalicense residente na freguesia de Brufe.

Obras de regime

Espero que impere o bom senso de forma a evitar que os projectos anunciados não venham a ficar registados para a história como um momento de má memória.

3 min de leitura
- Publicidade -
Artur Mesquita Guimarães
Artur Mesquita Guimarães
Famalicense residente na freguesia de Brufe.

Famalicão

Com pompa e circunstância, há uns dias, através de diversos órgãos de comunicação social, foi noticiado a construção de uma nova escola em Brufe na Rua dos Tanques.

Apesar do respeito que tenho pelas pessoas responsáveis pelo projeto anunciado, a minha consciência obriga-me a protestar e a denunciar aquilo que não passa de uma obra de regime com a agravante do desperdício de dinheiro público e destruição de uma zona que, senão é, já foi Reserva Agrícola Nacional, por reunir condições para o ser. Estamos a falar de uma estrutura ecológica de referência!

E digo-o porque:

Brufe há muitos anos que é servido por escolas do ensino básico, edifícios sóbrios, construídos para o efeito, bem localizados. Isto permite, se necessário, com investimento de valor seguramente muito inferior, um melhoramento dos mesmos e até o aumento da sua capacidade.

Mas, pelo que se percebeu pelas notícias veiculadas, em número de salas fica tudo na mesma! Além de que não estará em causa o número de salas, porque em Brufe, de há uns anos a esta parte, uma destas estruturas até deixou de estar afecta a esta finalidade, hoje transformada num “Centro de Capacitação e Formação de Vila Nova de Famalicão”, à Av. D. Afonso III.

Quanto à qualidade das estruturas existentes, para o exercício de instrução primária, posso assegurar na primeira pessoa que é uma questão que não se coloca, pois, todos os meus seis filhos frequentaram a Escola de Lagarinhos, com sucesso escolar de excelência, sucesso este que se manteve ou se tem mantido nos outros patamares de ensino, sendo que os três mais velhos, já licenciados, contribuem com o seu talento para o bem comum no mundo do trabalho.

Mas, então que razões motivam obra de tão elevado valor, ainda que comparticipada por qualquer tipo de financiamento, e com uma localização mesmo apontada sobre uma estrutura ecológica a “Veiga de Brufe e Ribeira de Bargos”?

Fosse necessário, não falta território em Brufe com aptidão mais adequada para o efeito.

Lamento profundamente o que está a acontecer e espero que os Brufenses percebam que estão a destruir de forma irreparável e com consequências que ainda vão provocar dissabores, uma parcela do seu território com uma caracterização morfológica, de valor especial, que ao longo dos tempos foi sendo respeitada por razões óbvias. Parcela esta em volta da qual se deveriam mobilizar na sua defesa.

O território onde se insere a Veiga de Brufe e Ribeira de Bargos manifesta estar já afectado para além do limite do razoável, pelo que urge pôr um travão, para que não se perca irremediavelmente um espaço verde de referência.

Os investimentos, particularmente os públicos, no caso em estruturas de ensino, devem reflectir o que o conhecimento e a experiência demonstram, mormente no que se refere às questões relacionadas com ecologia, sob pena de incoerência entre o que se ensina e apregoa, e as decisões que se tomam.

Espero ainda que impere o bom senso e despertar as consciências de forma a evitar que os projectos anunciados não venham a ficar registados para a história como um momento de má memória.

Comentários

Artur Mesquita Guimarães
Artur Mesquita Guimarães
Famalicense residente na freguesia de Brufe.
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -

Atualidade

O conteúdo de Notícias de Famalicão está protegido.