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Sexta-feira, 31 Janeiro 2025
Rui Lima
Rui Lima
Licenciado em Gestão de Marketing, Rui Lima é um empresário famalicense e escreve sobre temas da atualidade.

O recreio da indiferença

A banalização da violência é uma realidade assustadora.

2 min de leitura
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Rui Lima
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Licenciado em Gestão de Marketing, Rui Lima é um empresário famalicense e escreve sobre temas da atualidade.

Famalicão

Neste espaço, onde as palavras ganham vida, decidi esta semana emprestar a minha “voz” a uma amiga.

A mensagem que recebi merece ser lida e muito partilhada.

A banalização da violência é uma realidade assustadora.

Vimos recentemente vídeos de vários ângulos numa Escola Pública, onde os colegas assistiam a um ato de violência com alguma adrenalina.

Para os colegas do agredido o que realmente importava era quem iria conseguir mais visualizações com o vídeo.

Aqui está a mensagem que recebi:

“Todos os dias acontecem no Mundo gestos que marcam. Pela beleza, pelo encontro, pelo amor. Há os que nos atingem pelo horror, nos derrubam pela violência, nos arrancam da terra segura a que pensamos estar enraizados.

Hoje não foi lá longe, noutra língua, noutro país, nem em campos de batalha de guerras perdidas no desencontro do tempo. Hoje foi aqui, num recreio de uma escola. As imagens da violência física, dos pontapés, dos socos repetidos chocam, mas a naturalidade com que são observados, filmados, comentados, são ainda mais perturbadores.

Onde se espera abrigo, encontra-se a insegurança, onde se procura o Norte, descobre-se um magnetismo entorpecedor que desorienta.

O Mundo está um lugar estranho. Mas é o nosso Lugar. A História será a que nós ousarmos construir, destruindo teias que, de forma quase impercetível nos vão aprisionando, tornando indiferentes.

Foi na escola, há alguns anos, e indignados com o que vimos acontecer no cemitério em Dili, que começamos as vigílias. Foi na rua, que gritamos em silêncio. Foi aqui, neste país, que cantamos, quando outros calavam, por um povo agredido, indefeso e sim fizemos toda a diferença.

Sexta à noite, 31 de janeiro, vou acender uma luz. Uma vela, um candeeiro ou uma lanterna e vou colocar à janela. Para dizer, iluminando a noite, que nesta casa que se chama Portugal, mora gente.”

Obrigado, Cláudia.

 

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