No momento em que escrevo estas linhas, ainda não é público qual o elenco governativo escolhido por Luís Montenegro. Foi até agora, o primeiro-ministro indigitado mais eficaz em esconder a lista dos escolhidos. Deixo aqui a sugestão que o mesmo ministre umas palestras no Ministério Público sobre essa arte.
Sobre a legislatura iniciada a 26 de março, dois ou três pensamentos me assolam o espírito, a saber.
O primeiro é sobre o primeiro ato institucional, depois de constituída uma mesa provisória para condução dos trabalhos, ou seja, a eleição do Presidente da Assembleia da República, de agora em dante designado PAR.
Segundo consta, o PSD (partido com o maior número de votos, embora que com o mesmo número de mandatos) indicou aos três restantes partidos mais votados (PS, Chega e IL), o nome que iria propor para PAR e que aceitaria os nomes propostos por esses mesmo três partidos.
Ora, o Chega, como lhe convinha ter protagonismo e aparecer a berrar nas TV, fez saber através do seu líder André Ventura, que eles e o PSD haviam chegado a um acordo. Enfim, o resto já todos sabemos, uma birra e um ajuste de contas depois, deu na não eleição de José Pedro Aguiar-Branco, o nome proposto pelo PSD.
A bem da democracia a solução foi encontrada mais tarde, entre PSD e PS, na minha opinião, até uma óptima solução, visto que os dois partidos têm o mesmo número de mandatos na AR.
O segundo é sobre a ingenuidade do PSD em pensar que o Chega se iria comportar como um partido responsável e institucional. Aprendeu da pior maneira mas tem mesmo de mudar a sua forma de actuar com um partido irresponsável e instável. Proponho que a partir de agora, todos os acordos, escritos ou não, sejam feitos sempre em público, com pessoas fora dos partidos a assistir, não vá o diabo tecê-las.
O terceiro é sobre o resultado do meu partido, a IL. Claramente, não atingimos os objetivos a que nos propusemos. Penso que se deveriam ter retirado conclusões mais sérias do desempenho do partido mas também entendo, que sendo estas umas eleições a meio da anterior legislatura e em que Rui Rocha, tinha pouco tempo de presidência, possam estas razões serem assumidas como atenuantes.
Desejo sinceramente que este Governo que vai entrar em funções e a nova AR consigam trabalhar em prol do país e que a IL consiga de facto, influenciar a governação pois só assim, Portugal pode mudar e para melhor!
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