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Sábado, 23 Novembro 2024
Sandra Pimenta
Sandra Pimenta
Licenciada em Direito. Mestranda em Direito Administrativo. É ativista e membro ativo do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN)

O planeta precisa de paz

Não nos enganemos, não será fácil ultrapassar e reestruturar o mundo após este evento.

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Sandra Pimenta
Sandra Pimenta
Licenciada em Direito. Mestranda em Direito Administrativo. É ativista e membro ativo do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN)

Famalicão

O mundo atravessa uma crise de valores que colocam em causa o mais basilar princípio dos direitos fundamentais – a dignidade da pessoa humana.

Assistimos incrédulos à invasão da Ucrânia por parte da Rússia, e todos (ou quase todos) condenamos esta decisão unilateral, onde a soberania de um povo é colocada em causa por razões e fundamentos soltos.

Em pleno século XXI continuamos a assistir a constantes violações dos direitos humanos, em diferentes países, com diferentes meios e contextos, mas com um ponto em comum – o poder. Poder sobre o próximo, sobre uma comunidade, um povo, uma mulher, uma criança. E esta busca pelo poder a todo o custo é a mais vil forma de atuar de qualquer representante, seja ele o presidente de um país ou de uma qualquer Câmara Municipal, e revela a mais desprezável forma do ser humano agir, retirando qualquer tipo de credibilidade às suas decisões.

Enquanto o planeta “grita” por conta de uma emergência climática, enquanto os mais desfavorecidos solicitam por ajuda por força de uma pandemia com dois anos, enquanto se reforçam mecanismos para proteger grupos vulneráveis como as crianças e pessoas com deficiência, testemunhamos o egocentrismo e narcisismo atroz de alguns, que ignoram todos os valores sociais e humanos que possam existir.

Famílias separadas, crianças a nascer em bunkers, outras expostas a um perigo iminente por força da sua condição de saúde que não lhes permite sair do hospital, enquanto um ditador se delicia com grandes manjares e o conforto de uma casa fortemente vigiada. Putin faz lembrar o bullie que aterroriza o mais fraco, só porque a sua condição – neste caso militar e nuclear – lhe dá a força que ele precisa.

Não nos enganemos, não será fácil ultrapassar e reestruturar o mundo após este evento. Temos em mãos um puzzle cujas peças parecem não quererem se juntar, divididas por tensões e intolerâncias que mesmo perante tragédias não tendem a dissolver-se. Não nos esqueçamos, é preciso cultivar o respeito e empatia pelo próximo, o apelo à liberdade e aos direitos individuais. O crescente fluxo de migrantes e refugiados, o aumento de preços, o desemprego, associados ao conceito do medo e do desconhecido, criam divisão entre comunidades.

As guerras são causa e também consequência de um círculo vicioso de crescentes forças populistas e extremistas que encontram, sempre, nos mais vulneráveis e desfavorecidos a fórmula, nefasta, para poderem proliferar conceitos de ódio, discriminação e intolerância perante o próximo.

Cultivemos a tolerância, o respeito e a empatia pois agora mais do que nunca precisamos de união, o planeta precisa de paz.

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