Não tenho dúvidas do caminho que se iniciou com a candidatura do PAN nestas eleições autárquicas, no concelho de Famalicão.
Trazer para debate questões como ambiente, sustentabilidade, direitos dos animais, proteção dos mais vulneráveis é no mínimo um desafio para o qual nem todos estão preparados. E isso foi notório nos sucessivos debates entre os candidatos – e a única candidata destas eleições.
Viemos para partir pedra! Mas sem dúvida que não será a que existe na já esventrada Portela, freguesia que o eleito Mário Passos se recusa a reconhecer como sendo do concelho de Famalicão.
Ter a ousadia de falar em saúde pública quando durante longos anos este executivo fechou os olhos, compactuou e premiou uma atividade altamente poluente como a pecuária de Fradelos ou dizer com todas as letras que a preservação do rio Pelhe não interessa a uma Câmara Municipal, definitivamente não é para todos.
O PAN não veio para “bater continência” aos grandes interesses instalados e não se apresenta para ser mais um no rol dos “são todos iguais”.
Sabemos que isso causa incómodo e não agrada a todos, mas enquanto os nossos meios hídricos ou o nosso património ambiental não forem prioritários nas políticas públicas, cá estaremos para fazer diferente.
Enquanto o marketing de algumas notícias locais continuarem a camuflar a falta de sensibilidade para a proteção e bem-estar animal do executivo continuaremos a apresentar factos e a esclarecer a população.
E sem dúvida que cá estaremos para exigir que as obras das rotundas e as mesas de pedra nos parques não sejam mais prioritárias que as necessidades diárias da população mais vulnerável.
A 28 de maio de 1911, Carolina Beatriz Ângelo tornou-se a primeira mulher a votar no país, por altura das eleições da Assembleia Constituinte, em 1911. Conseguiu porque não se resignou ao que estava instituído na sociedade e lutou por aquilo em que acreditava, uma sociedade justa e inclusiva onde todos e todas têm o direito a serem ouvidos e a dar a sua opinião.
Num concelho onde de 34 eleitos para as Assembleias de Freguesia, 30 são homens e onde o executivo não cumpre a paridade que a lei exige na composição das listas, não tenho dúvidas que também aqui o PAN vem para fazer a diferença.
O PAN não é só o partido dos animais e talvez seja isso que deixe tão incomodados quer os partidos políticos quer alguns setores da nossa sociedade. Como diria alguém – aceita que dói menos!
Comentários