Uma delegação da CDU reuniu, no dia 20 de janeiro, com Afonso Cerejeira, morador da freguesia de Lousado que criou uma petição que exigindo uma alternativa à travessia do Rio Ave para ser possível a sua pedonalização da Ponte da Lagoncinha. A petição esta disponível neste link.
Participaram na reunião Tânia Silva, deputada municipal e candidata à Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Braga, Agostinho Lopes, mandatário regional, Fernando Costa, mandatário concelhio e Bruno Pereira, responsável pela comissão de freguesia de Lousado.
O encontro aconteceu junto ao monumento e permitiu explicar a posição da CDU quanto aos problemas da Ponte bem como aprofundar o seu conhecimento sobre o impacto que estes têm nos seus utilizadores e na população.
“O estado de degradação do monumento é mais um exemplo das consequências da falta de vontade política e da não auscultação das necessidades das populações. São políticas de alheamento e desinteresse pelo património dos sucessivos governos do PS e da coligação PSD-CDS aliadas à negligência da periferia do município pelos executivos da Câmara Municipal dos mesmos partidos que não se inibem de gastar milhões de euros do orçamento em obras eleitoralistas em anos de eleições no centro da cidade, comprometendo o desenvolvimento integral da concelho”, refere a CDU em comunicado.
O mesmo comunicado destaca que “mesmo depois da última intervenção à ponte, o problema mantém-se, o tráfego automóvel aumenta e se a vontade política dos últimos executivos da Câmara se mantiver, este monumento continuará a degradar-se e voltará a comprometer a segurança dos seus utilizadores e a mobilidade das populações das freguesias e concelhos envolventes que a utilizam”.
De acordo com dados recolhidos através de um inquérito conduzido pelo Afonso Cerejeira, a ponte é atravessada por pessoas que têm como destino cidades como Valongo, Paredes, Maia e Porto.
“A Ponte da Lagoncinha está localizada num ponto de grande movimento de pessoas e mercadorias. Faz a ligação entre o município de Vila Nova de Famalicão, Trofa e Santo Tirso e é um acesso ao nó da A3”, alerta a CDU, acrescentando que “esta é uma travessia de grande importância para a mobilidade das pessoas sendo urgente a construção de uma alternativa à travessia do Rio Ave que conte com mais de uma via e com capacidade para ser atravessada tanto por veículos ligeiros como pesados de mercadorias e de transporte”.
A CDU destaca que a ponte, com séculos de existência, foi projetada para dar respostas às necessidades de outros tempos. E que a travessia, de sentido único, do tabuleiro com cerca de 140m e 3,5m de largura, regulada por semáforos, provoca “filas com mais de 600m e trânsito nas estradas da freguesia que conduzem aos acessos da ponte em hora de ponta”.
MONUMENTO NACIONAL
A CDU refere que acompanha de perto este problema e tem intervindo junto do poder local e do governo central com o objetivo de serem mobilizados recursos para a valorização do espaço envolvente da ponte e a construção da nova ponte para a travessia do rio.
Num estudo de Análise do Comportamento da Ponte da Lagoncinha sob a Ação do Tráfego Rodoviário, realizado por Cristina Margarida Rodrigues Costa no âmbito da sua dissertação na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto para obtenção do grau de Mestre, em setembro de 2002, foram identificadas anomalias graves que comprometiam a segurança dos utilizadores e grave degradação da infraestrutura.
A 26 de julho de 2010, o então deputado da Assembleia da República, Agostinho Lopes, eleito pelo PCP, questionou o governo sobre projetos para a construção de uma alternativa à ponte, requalificação ambiental da zona envolvente e o início das obras do troço variante poente EN14 até à cidade da Maia, estrada que aliviaria o congestionamento e o tráfego diário na Ponte da Lagoncinha. “Só em 2017 é que a ponte foi intervencionada e restaurada pelos danos causados pelo tráfego automóvel após anos de sinalização pela CDU comprometendo a segurança dos seus utilizadores”, referem em comunicado.
Recorde-se que, em 1943, a Ponte da Lagoncinha foi elevada a Monumento Nacional. Construída sobre as ruínas de uma ponte romana que fazia a travessia do Rio Ave numa das estradas mais importantes do império, tem um elevado valor patrimonial e histórico para a freguesia e para o país.
“Os lousadenses têm estima e vontade de valorizar este monumento. Esta vontade manifesta-se nas assinaturas do abaixo-assinado criado pelo Afonso Cerejeira que exige uma alternativa para a travessia do rio e que sirva de ligação aos concelhos de Santo Tirso e da Trofa”, destaca a CDU.
Comentários