O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, recebeu esta quinta-feira, em Lisboa, os presidentes das autarquias de Vila Nova de Famalicão, Santo Tirso e Trofa, que solicitaram a reunião para falar com o governante sobre o eventual encerramento da maternidade do Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA) que serve os três concelhos.
Os três autarcas revelam que manifestaram a sua “preocupação comum com os resultados do estudo da Comissão de Acompanhamento de Resposta às Urgências de Ginecologia/Obstetrícia, que aponta para um eventual encerramento da maternidade do Centro Hospitalar do Médio Ave que serve os três municípios e está instalada em Famalicão”.
Mário Passos (PSD-CDS), por Vila Nova de Famalicão, Alberto Costa (PS), por Santo Tirso, e Sérgio Humberto (PSD-CDS), pela Trofa, ouviram de Manuel Pizarro que o relatório que sugere o encerramento da maternidade do Hospital de São João de Deus “carece de estudos mais aprofundados, sendo apenas uma base de trabalho para a melhoria dos serviços de saúde em Portugal, nomeadamente para a rede pública de maternidades”.
Estas informações foram reveladas num comunicado conjunto dos três municípios enviada à agência Lusa. O mesmo comunicado salienta que o ministro da Saúde “mostrou também ser conhecedor do serviço de excelência que é prestado pela maternidade do Centro Hospitalar do Médio Ave”.
“Os presidentes das câmaras municipais reconhecem o sentido de responsabilidade evidenciado pelo ministro da Saúde e a sua disponibilidade para o diálogo e para a ponderação criteriosa. A mensagem transmitida foi de tranquilidade e de responsabilidade”, lê-se ainda no texto comum.
O Centro Hospitalar do Médio Ave está inserido numa região de grande força e vitalidade económica e social, servindo cerca de 250 mil habitantes. A administração tem sede em Santo Tirso, gerindo o Hospital Conde de São Bento, em Santo Tirso, e o Hospital S. João de Deus, em Famalicão.
Em meados de setembro foi divulgada a intenção da comissão de acompanhamento de propor a concentração de urgências e blocos de partos, apontando como solução, no Norte do país, o encerramento das maternidades do Serviço Nacional de Saúde de Vila Nova de Famalicão e da Póvoa de Varzim.
A possibilidade de haver a junção de alguns serviços com a concentração das urgências de obstetrícia e ginecologia e blocos de partos ficara acordada numa reunião da Comissão de Acompanhamento de Resposta em Urgência de Ginecologia, Obstetrícia e Bloco de Parto, revelou na altura o perito Diogo Ayres de Campos, escolhido pela ex-ministra da Saúde Marta Temido.
Diogo Ayres de Campos – que mais tarde, numa reportagem da SIC, elogiou a humanização do parto na maternidade famalicense – explicou, então, que esta situação não implica o encerramento de maternidades: “Pode na mesma funcionar em determinado hospital consultas e internamento, mas a urgência e o bloco de partos desse hospital será num hospital ao lado”.
Comentários