“Em todo o caso, a questão que coloca é simbólica. Não me envolver no que está a acontecer contra a democracia significa apoiar o que está a ser feito contra a democracia. Se eu não escrevesse uma carta contra o afastamento de Matej Drlička, no final do dia estaria a validá-lo. Se estás na Alemanha de 1943, Auschwitz ali ao pé, e te pões a encenar Tchékhov, estás a validar Auschwitz.”
Rilo Rau, extrato da entrevista ao jornal Público.
“Primeiro eles vieram buscar os socialistas, e eu fiquei calado —porque não era socialista.
Então, vieram buscar os sindicalistas, e eu fiquei calado — porque não era sindicalista.
Em seguida, vieram buscar os judeus, e eu fiquei calado — porque não era judeu.
Foi então que eles vieram me buscar, e já não havia mais ninguém para me defender.”
Esta citação é atribuída ao conhecido pastor alemão Martin Niemöller.
“Primeiro vieram buscar os emigrantes de cor, eu fiquei calado porque não sou emigrante;
Depois vieram buscar os emigrantes brancos, eu fiquei calado porque não sou emigrante;
Foi então que eles vieram me buscar, e já não havia mais ninguém para me defender.”
PERCEÇÕES
Já tivemos a perceção que a terra era plana, que era o sol que girava a volta do sol, e por aí vai. As perceções enganam nos.
RESUMO DO MITO DA CAVERNA
Platão descreve que alguns homens, desde a infância, geração após geração, se encontram aprisionados em uma caverna. Nesse lugar, não conseguem se mover em virtude das correntes que os mantém imobilizados.
Virados de costas para a entrada da caverna, veem apenas o seu fundo. Atrás deles há uma parede pequena, onde uma fogueira permanece acesa.
Por ali passam homens transportando coisas, mas como a parede oculta o corpo dos homens, tudo o que os prisioneiros conseguem ver são as sombras desses objetos transportados.
Essas sombras projetadas no fundo da caverna são compreendidas pelos prisioneiros como sendo tudo o que existe no mundo.
DO LIVRO DE HEIN DE HAAS COMO FUNCIONA REALMENTE A MIGRAÇÃO
Parte do texto são excertos desse livro “Mitos da Emigração”.
“Poderá dizer-se que o colonialismo europeu foi a maior migração ilegal de toda a história da humana. O colonialismo europeu também desencadeou a maior migração forçada da história, por meio do tráfico transatlântico de escravos”.
“Assim, a ideia da diversidade crescente revela um preconceito fortemente eurocêntrico – e racista -, uma vez que, de uma forma implícita, apresenta os migrantes apresenta os migrantes não europeus como sendo, essência, mais “diversificados”.
Em segundo lugar, é fácil esquecer que os imigrantes e grupo minoritários que as populações maioritárias consideram agora totalmente “seus” foram vistos como “outros” inassinaláveis num passado não muito distante.”
“Max Weber, um dos pais fundadores da sociologia, avisou, em 1895, que os migrantes agrícolas polacos (uma raça inferior) iriam desalojar os agricultores alemães”.
Em França, os europeus do Sul foram considerados durante muito tempo como inferiores em termos culturais e raciais, impróprios para serem assimilados na nação francesa. Na primeira metade do séc. XX, França atraiu grandes quantidades de trabalhadores italianos, portugueses e espanhóis, que eram geralmente tratados com desprezo e costumavam viver em bairros urbanos degradados e bidonvilles (bairros de lata). Tristemente célebre aforismo francês “ L’afrique commence aux Pyrénés”.
“O sentimento anti-italiano era comum e considerado perfeitamente respeitável. Um editorial do New York Times, em 1891, chamava aos sicilianos “descentes de bandidos e assassinos” e uma grande praga”
“Em essência, muito do que agora é dito sobre novos imigrantes recicla velhas narrativas. Tomemos, como exemplo, a afirmação dos nativistas de que a imigração muçulmana se insere numa conjetura secreta para islamizar o Ocidente. Essas ideias apresentam uma semelhança notável com as teorias da conspiração mais antigas que afirmam que os judeus estão envolvidos numa trama para a conquista da hegemonia mundial por meio da predominância em termos de dinheiro, negócios, cultura e política.”
“Tal como podíamos esperar, quanto mais ricos e mais “desenvolvidos” são os países mais migrantes tendem a atrair. Nos países mais ricos do mundo, os imigrantes representam em média, cerca de 15% da população, o que corrobora a ideia de que níveis crescentes de imigração são o subproduto quase obrigatório do crescimento e prosperidade a longo prazo.”
“Com efeito, a imigração pode subir os salários de todos os trabalhadores na medida que as suas competências sejam complementares e os trabalhadores migrantes podem ajudar os nascidos no país a tornarem-se mais produtivos. Os trabalhadores migrantes que lavam pratos, cozinham alimentos, servem às mesas ou fazem entregas de refeições aumentam a capacidade dos restaurantes para servir mais clientes, elevando desse modo o número de postos de trabalho das chefias e o rendimento dos proprietários.”
FOI A AUSTERIDADE, E NÃO A MIGRAÇÃO, QUE PROVOCOU A CRISE DA HABITAÇÃO SOCIAL
“A pesquisa de Hochsnbach põe em destaque que foram políticas de habitação impelidas pela crise, e não a imigração, que provocaram a crise da habitação social. Por exemplo, entre 2013 e 2020, o parque habitacional total dos Países Baixos sofreu um aumento de 5,9%; se a habitação social holandesa tivesse crescido ao mesmo ritmo, o resultado teriam sido mais 245 000 unidades de habitação social. Todavia, em vez de crescer, o parque de habitação social de renda limitada teve uma perda de 115 000 unidades durante esse período – uma queda de 5,3%.”
Conclusão: Neste artigo salientei apenas alguns trechos que penso serem os mais controversos, para a compreensão terão que ler o livro.
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