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Vila Nova de Famalicão
Sexta-feira, 18 Outubro 2024
Paulo Ricardo Lopes
Paulo Ricardo Lopes
Profissional liberal nas áreas de consultoria de gestão, estratégia e mercados financeiros. Coordenador da Iniciativa Liberal Famalicão.

Mário Passos: 3 anos a comprovar o Princípio de Peter!

É por demais evidente que Vila Nova de Famalicão necessita de um novo Presidente de Câmara. Fica a nota para os líderes da Coligação PSD-CDS, não venham no futuro queixar-se...

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Paulo Ricardo Lopes
Paulo Ricardo Lopes
Profissional liberal nas áreas de consultoria de gestão, estratégia e mercados financeiros. Coordenador da Iniciativa Liberal Famalicão.

Famalicão

Completam-se por estes dias 3 anos de mandato de Mário Passos, um período em que ficou por demais evidente a sua incapacidade para desempenhar um mandato positivo. Já no passado concluí que não era presidente para mais do que um mandato, ficando por saber se quem de direito agirá em conformidade para confirmar esta minha teoria.

Tal como Laurence Peter enunciou, numa organização, qualquer indivíduo tende a ser promovido até o nível da sua incompetência. O nosso edil atual parece encaixar perfeitamente nesta descrição, visto ter acabado Presidente de uma forma surpreendente e ainda não ter conseguido justificar a aposta que fizeram nele. Ficam de seguida as 5 marcas que saliento deste mandato:

  1. A OBSESSÃO PELO MAIOR ORÇAMENTO DE SEMPRE

Seja nas festas Antoninas, no orçamento para a educação, transportes ou qualquer medida de relevo apresentada é comum aparecer a expressão “maior orçamento de sempre”, querendo os magos de comunicação, que acompanham Mário Passos, demonstrar aos famalicenses que gastar muito é sinónimo de gastar bem!

Esta falta de respeito pelo dinheiro recolhido aos contribuintes, bem como a tentativa de passar a ideia que este orçamento é todo camarário, quando uma boa parte resulta dos muitos projetos em curso financiados pelo PRR, demonstra a perfeita confiança da coligação Gasta Mais Famalicão na incapacidade dos famalicenses perceberem que cada milhão de gasto anunciado é um milhão que lhe foi tirado sob a forma de impostos.

  1. A PERSEGUIÇÃO À COMUNICAÇÃO SOCIAL NÃO ALINHADA

O capítulo mais negro destes 3 anos passa pela perseguição em tribunal ao único jornal que tem tido coragem de escrutinar os negócios desta coligação. Para o Presidente trata-se de uma win-win situation, visto que mesmo que perca as ações que intenta provoca um desgaste nos poucos que estão disponíveis para realizar funções de escrutínio. Como diz o ditado popular “não mata, mas mói”…

Contudo, é ainda mais triste ver que a restante comunicação social compactua com este modus operandi, tendo muita dificuldade em abordar e até partilhar comunicados de imprensa de outros partidos (que até já foram a 3ª força política nas últimas eleições), sobretudo quando estes melindram Mário Passos e envolvem o assunto estádio municipal.

Nas últimas autárquicas sei o que custou conseguir que fossem realizados debates entre os diversos candidatos e espero que a mesma falta de vontade de alguns meios de comunicação social local não se repita…

  1. A INCAPACIDADE DE DAR EXPLICAÇÕES

Curioso é também verificar a diferença entre as sessões da Assembleia Municipal em que Mário Passos falta, propiciando que seja o vice-presidente Ricardo Mendes a esclarecer as questões dos deputados municipais. Nestas reuniões as perguntas são respondidas e o tempo do presidente não é gasto a dar informações que podem ser obtidas lendo as propostas em discussão. Mário Passos é muitas vezes questionado diretamente por deputados e decide ignorar as questões, como se não tivesse que pela natureza do cargo prestar contas aos representantes dos famalicenses…

Só foi conhecido algum rasgo ao edil de Famalicão numa entrevista mais solta em que afirmou precisar de tempo para transformar Famalicão no concelho com maior qualidade de vida a nível europeu, um concelho de “champions” que tem algumas infraestruturas que nem para o campeonato nacional são satisfatórias.

De resto, os comunicados são sempre difíceis de entender e ainda ninguém percebeu por exemplo onde estão os prometidos 180 apartamentos que iriam servir de porta de entrada Norte da cidade.

  1. A PERDA DE CONFIANÇA DO PRÓPRIO PARTIDO

Mesmo dentro do PSD aconteceu algo no mínimo insólito, visto que Mário Passos conseguiu perder a eleição para presidente da concelhia para a sua Vereadora Sofia Fernandes. Depois de não conseguir fazer desistir a sua adversária (atitude sempre edificante) recebeu um cartão laranja dos membros do seu partido, que consideraram que existe alguém mais qualificado para os dirigir do que o atual líder do município e até está dentro do executivo camarário que ele dirige.

Há quem diga que este facto está também relacionado com o receio do impacto das investigações em curso ao mandato do seu antecessor, que parece ser o último fervoroso apoiante de Mário Passos. Também eu aguardo pacientemente para saber o que anda(ou) a Inspeção Geral de Finanças a fazer na nossa Câmara Municipal e que ao que consta terá provocado algum alvoroço prévio em Agosto.

  1. A INCAPACIDADE DE PROPICIAR UMA SOLUÇÃO CREDÍVEL PARA O ESTÁDIO MUNICIPAL

O último adversário de circunstância tem sido Miguel Ribeiro, presidente da SAD do Famalicão, que no lançamento da atual época desportiva desesperou por uma solução para o estádio municipal. Quem esperava uma resposta musculada de Mário Passos desiludiu-se, já que o nosso edil “saiu de fininho” protelou uma vez mais o tema e está a preparar a apresentação de mais uma ilusão (podia dizer solução, mas o  ilusionismo é mais apropriado) lá para o Verão.

De facto, até será o tempo apropriado, em que os candidatos à sucessão serão obrigados a tomar posição sobre um dos temas relevantes do nosso concelho.

Quem me conhece sabe que não sou adepto de investimento público em estádios de futebol, que qualquer solução a ser encontrada deve ter um custo residual para o município. Contudo, é necessário tomar uma decisão e assumir as consequências disso, já que insistir em iludir as pessoas com expectativas vãs é pior ainda.

Querer agradar a gregos e troianos tem este grande problema de se permanecer parado no tempo e acabarmos a torcer para que o Famalicão não se qualifique para às competições europeias e acabe a competir em casa emprestada por um dos rivais do Minho.

Para não me alongar mais, é por demais evidente que Vila Nova de Famalicão necessita de um novo Presidente de Câmara. Fica a nota para os líderes da Coligação PSD-CDS, não venham no futuro queixar-se que o crescimento dos novos partidos ameaça entregar a Câmara Municipal ao Partido Socialista, quando o melhor que têm para nos oferecer é alguém em permanente choque frontal com o princípio de Peter.

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