Os cuidados paliativos baseiam-se no respeito pela pessoa humana e pela sua dignidade e têm como norma colocar sempre a pessoa em primeiro lugar. Considera-se que é importante suavizar o processo da morte. Todos os cuidados são orientados para dar atenção ao doente, tratar os seus sintomas, aliviar o sofrimento, proporcionar conforto, bem-estar e serenidade, nesta fase terminal.
Como tal, continuam a ser necessários tratamentos e cuidados específicos no sentido de aumentar a qualidade de vida na fase terminal da doença, que incluem não só ajuda nas atividades de vida diárias mas também o tratamento da dor, e ainda todas as medidas para aliviar sintomas físicos e psicológicos.
A abordagem tem de ser holística, acompanhada desde o domicilio do doente ao internamento. Existe uma escuta ativa dos medos e preocupações do doente e dos seus próximos. Não se cura a doença mas tenta-se que a pessoa possa partir de forma serena, encarando a morte com naturalidade respeitando sempre os valores e crenças individuais.
Parafraseando uma frase da fundadora dos cuidados paliativos é importante “Juntar vida aos dias e não juntar dias à vida”. Promover uma qualidade de vida mesmo que isso envolva um sofrimento contínuo, é uma decisão complexa, perante a fase de derrota e de negação de doentes e familiares.
A importância do apoio ao luto não só aos familiares mas também aos cuidadores é fundamental. Por isso, é necessário melhorar a rede de cuidados paliativos em Portugal. É fundamental continuar a apostar nesta área, tão importante como essencial na sociedade.
Este artigo pretende sobretudo mostrar a importância dos cuidados paliativos, sobre a promoção da dignidade e qualidade de vida do doente, o desgaste físico e emocional dos cuidadores e dos profissionais de saúde mas sobretudo é dedicado à equipa dos Cuidados Paliativos do Hospital da CUF no Porto na qual convivi durante um ano e deixo a minha profunda gratidão.
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