A Assembleia Municipal de Vila Nova de Famalicão, reunida na noite desta sexta-feira, 16 de dezembro, aprovou por maioria absolutíssima uma proposta de recomendação à Câmara Municipal para que seja atribuído o nome de um arruamento ao escritor José Saramago, o único Prémio Nobel da literatura portuguesa.
A proposta, da autoria da única deputada da CDU, Tânia Silva, recebeu os votos favoráveis dos grupos municipais do PSD, do PS e do CDS. Só o deputado solitário do Chega, João Pedro Castro, votou contra, tendo-se referido a Saramago como o “homem de Lanzarote”, forma jocosa a que recorreu para se referir a José Saramago.
Na sua proposta, apresentada no âmbito do centenário do nascimento do escritor, Tânia Silva recomenda à Câmara Municipal que, dentro das suas competências, atribua “o nome de José Saramago a uma rua com características que valorizem o escritor e a literatura”.
Tânia Silva considerou que José Saramago é “um dos mais destacados intelectuais de Portugal” que “deu um inestimável contributo para a afirmação da literatura portuguesa no mundo” e cujo Prémio Nobel o transformou “num embaixador da cultura e da língua portuguesas”.
Lembrando que “a ligação de Vila Nova de Famalicão com a literatura é evidente, sendo central na evolução da sociedade e do concelho”, a deputada da CDU considerou que a evocação de José Saramago na toponímia famalicense significa “valorizar o papel da cultura como elemento de liberdade e de progresso social”.
Curiosamente, a proposta de Tânia Silva foi apresentada duas horas depois de o NOTÍCIAS DE FAMALICÃO ter revelado que o presidente da Câmara Municipal, Mário Passos, já está na toponímia, dando nome a um novo arruamento na freguesia de Nine (ver notícia aqui). Um tema, aliás, que aqueceu o debate.
Aprovada a proposta de recomendação, cabe agora à Câmara Municipal escolher o arruamento a batizar com o nome de José Saramago e elaborar uma proposta fundamentada que deve ser apresentada para análise e validação da Comissão Municipal de Toponímia.
Curiosamente, José Saramago chegou a visitar Vila Nova de Famalicão depois de ter sido galardoado com o Prémio Nobel da Literatura, tendo plantado uma árvore na Praça de Álvaro Marques (ver registo histórico aqui), mas o seu nome nunca chegou a entrar na toponímia famalicense.
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