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Vila Nova de Famalicão
Quarta-feira, 2 Abril 2025
Rui Costa
Rui Costa
Rui Miguel Costa é formado em Engenharia e Gestão Industrial pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto. Gestor em áreas de desenvolvimento, é apaixonado por música, engenharia, economia, inovação e empreendedorismo.

Investimento no norte do País. O caso de sucesso da CAMAC

É com muito orgulho que vejo grandes empresas a investir na competência, excelência e tradição portuguesa.

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Rui Miguel Costa é formado em Engenharia e Gestão Industrial pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto. Gestor em áreas de desenvolvimento, é apaixonado por música, engenharia, economia, inovação e empreendedorismo.

Famalicão

Vila Nova de Famalicão e Santo Tirso, são cidades no norte de Portugal que tem se destacado como centros de crescimento económico e inovação nas últimas décadas, tornando-se uma região cada vez mais atrativa para investimentos nacionais ou internacionais.

Devido as suas ótimas localizações, acabam por tornar-se hubs estratégicos para empresas que desejam operar para mercados maiores e ainda assim assegurar custos mais baixos do que em outras grandes cidades portuguesas. Ressalvo também, que o seu contínuo desenvolvimento industrial, comercial, tecnologia e inovação aliados a uma excelente qualidade de vida, materializam esta ideia: de que são cidades extremamente aliciantes e propicias a investimento. Por todas as razoes acima mencionadas, e outras tantas que me posso estar a esquecer, garantem que empresas que operam na indústria de pneus e borracha se integram e cimentem na região, tornando a mesma uma das regiões mais exportadores do nosso país.

E é disso mesmo que vos venho falar neste artigo de opinião: sobre o futuro da indústria dos pneus e borracha e o feliz acaso da CAMAC.

Começando pela indústria da borracha, quais são realmente os seus mercados?

Por defeito, quase que esquecemos o quão extenso este mercado pode ser! Desde os produtos mais tradicionais até novos segmentos, sempre impulsionados por I&D e procura de soluções sustentáveis, os seus mercados a destacar, são a indústria automóvel, construção, eletrónica, renovável, médica, aeroespacial e indústria do calcado, mas também alguns mais recentes e emergentes como o da reciclagem e economia circular.

Mas….. Qual o futuro desta indústria?

Com horizonte a 10 anos, o futuro da indústria dos pneus e da borracha será moldado por uma série de tendências tecnológicas, ambientais e de mercado! Com a crescente consciência sustentável e inovativa em materiais a indústria deve passar por transformações significativas.

Na minha perspetiva, algumas das principais tendências que provavelmente marcarão esse futuro serão relacionadas com sustentabilidade e materiais ecológicos, tais como borrachas sustentáveis, reciclagem de pneus, airless tires, pneus inteligentes, pneus para veículos elétricos e materiais avançados. Além da inovação, o futuro da indústria será marcado por alguns temas como, as constantes mudanças no comportamento do consumidor, que certamente arrecadarão novos desafios regulatórios e políticos com normas ambientais mais rigorosas e adoção de tecnologias de produção avançada.

E aqui entra a CAMAC e a Nova Motorsport.

A Camac, uma empresa de génese portuguesa, que conta com 55 anos de experiência, com tecnologia de ponta para produzir pneus, e que era o único fabricante de capital português.

A histórica empresa, nem sempre teve a vida facilitada.  Apesar de ter passado por momentos difíceis a nível financeiro e estrutural, com dívidas exacerbantes pelo que reportado pelo jornal expresso em 2018, a chegarem aos 17,9 milhões de euros, e que, assumo, com a força da concorrente Continental, manter mão de obra qualificada e especializada tenha sido e possa ainda ser, um tema interno e um enorme desafio, conseguiu preservar o seu conhecimento, nível de excelência e garantir competências produtivas! Isto tudo, aliado a uma excelente localização, pode ter sido a salvação da empresa que tanto faz falta à região.

Hoje, a Camac, vê no seu horizonte um futuro promissor ainda que trabalhoso. Desde o início de 2024, após um investimento significativo em modernização, com o apoio da Nova Motorsport, a empresa encontra-se na posição perfeita para moldar o futuro dos carros clássicos, do automobilismo e dos veículos personalizados, podendo assim tornar-se um dos maiores players mundiais no ramo.

Mas o que é a Nova Motorsport e qual o seu mercado?

A Nova Motorsport é uma marca relativamente nova no setor de pneus, mas de excelência! Tem-se destacado principalmente pela sua estratégia brilhante de se focar no mercado de pneus para motorsport e veículos de alto desempenho.

A marca consegue assim posicionar-se como uma opção inovadora, com foco em tecnologias de ponta, desempenho otimizado e sustentabilidade.

A Nova Motorsport procura garantir uma fatia no mercado de pneus para corridas de alta performance, como Fórmula 1, MotoGP, IndyCar, rallys, entre outros.

A empresa provavelmente explora diferentes nichos, como a Fórmula E. e competições tradicionais de motorsport, podendo também expandir sua atuação para o mercado de veículos elétricos e carros de alto desempenho.

O investimento da Nova Motorsport na Camac pode ser uma estratégia para fortalecer sua presença no mercado, aproveitando a experiência, a infraestrutura e a capacidade de produção da fábrica portuguesa.

A Camac pode proporcionar à Nova Motorsport a oportunidade de inovar mais rapidamente, aumentar a sua produção e melhorar a competitividade, ao mesmo tempo em que se alinha com as tendências de sustentabilidade e tecnologia que são essenciais para o futuro do setor de pneus.

É com muito orgulho que vejo grandes empresas como a Nova Motorsport, investir na competência, excelência e tradição portuguesa.

Resta-me deixar um agradecimento ao meu cunhado e amigo João, que tantas saudades e falta faz, pelas inúmeras conversas sobre o tema, e por, em tempos, ser o responsável por trazer o tema à minha atenção.

 

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Os artigos de opinião publicados no NOTÍCIAS DE FAMALICÃO são de exclusiva responsabilidade dos seus autores e não refletem necessariamente a opinião do jornal.

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