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Vila Nova de Famalicão
Sábado, 21 Dezembro 2024
Paulo Ricardo Lopes
Paulo Ricardo Lopes
Profissional liberal nas áreas de consultoria de gestão, estratégia e mercados financeiros. Coordenador da Iniciativa Liberal Famalicão.

Impostos Municipais e Hospital de Famalicão

Em Famalicão, os impostos municipais têm crescido acima da inflação nos últimos anos e tudo indica que assim continuará.

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Paulo Ricardo Lopes
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Profissional liberal nas áreas de consultoria de gestão, estratégia e mercados financeiros. Coordenador da Iniciativa Liberal Famalicão.

Famalicão

Passei algum tempo desde agosto a analisar a evolução dos Impostos Municipais em Vila Nova de Famalicão. A conclusão é simples, eles têm crescido acima da inflação nos últimos anos e tudo indica que assim continuará a acontecer. Esta tendência é confirmada pelas previsões constantes do quadro macroeconômico do próximo orçamento de estado, que prevê um crescimento da receita de 4% a 4,5%, sensivelmente o dobro da inflação prevista.

Em Famalicão, descobri uma tendência interessante, que passa pela constante previsão em baixa que o município faz das suas receitas. Para o atual executivo a receita decorrente dos impostos nunca vai subir muito, mas a cruel realidade nunca coincide com essas previsões. Fazer previsões é difícil (e até já falhei muitas), mas o erro sistemático é estranho, ficando por saber qual o racional para estas falhas.

Será que é só para que no momento do debate não fique tão mal ver a AD local sem nenhuma vontade em descer impostos?

IMT e Derrama são os impostos municipais cuja cobrança mais cresceu

As evoluções mais expressivas têm sido verificadas no IMT e Derrama, que sobem mais de 25% ao ano desde 2021. Estes crescimentos podem ter diferentes leituras, visto que:

  • São um sinal de vitalidade das nossas empresas e mercado imobiliário;
  • Contribuem para que o município tenha excedente orçamental;
  • No caso do IMT dificulta claramente a aquisição de casa;
  • No caso da Derrama trata-se de um claro entrave ao investimento e crescimento dos salários.
 Evolução do IMT em Famalicão de 2021 a 2024 (previsional)
Evolução do IMT em Famalicão de 2021 a 2024 (previsional)

Como já referi, é bastante surpreendente ver o município de Famalicão a prever para 2024 um valor de IMT inferior a 2022! Estas previsões, ou são elaboradas de forma propositada para minimizar a discussão na aprovação do orçamento de cada ano, ou então trata-se de um conservadorismo exagerado. A situação é bastante similar quando falamos da Derrama.

Os restantes impostos cuja receita reverte para os municípios (IMI, participação no IRS, IUC, TMDP) tem tido uma receita mais estável, sendo de destacar o IMI, cuja descida para 0,34% em 2023 fez gerar alguma poupança aos famalicenses. Contudo, os crescimentos do IMT e Derrama têm sido bem superiores, sendo que o IMT caminha para ultrapassar o IMI como maior gerador de receita.

Necessidade de Alargamento do Hospital de Famalicão

Queria deixar ainda uma nota sobre a entrevista dada pelo dirigente da ULS Médio-Ave, António Barbosa, em que mais uma vez alertou para a necessidade de alargar o nosso hospital. Estes alertas são importantes, mas conhecendo o país sabemos que servem de pouco. Seria mais útil proceder a um estudo (com apoio de uma instituição do ensino superior) que projete a demografia de Famalicão, Santo Tirso e Trofa a 10 anos e que a partir daí se verifique que valências serão necessárias para servir as nossas populações.

No dia 1 de setembro, no (Rentrée Liberal a Norte), tive a oportunidade de moderar um painel sobre Habitação, com a participação do deputado Carlos Guimarães Pinto. A pergunta que lhe dirigi aludia a uma das suas “paixões”, a construção em altura e os seus benefícios, dos quais destaco:

  1. Aumento da qualidade de vida, pelos ganhos de espaço à superfície que pode ser usado pela comunidade (espaços verdes, desportivos, etc…);
  2. Concentração de pessoas que é vital para que soluções eficientes de transporte possam ser implementadas;
  3. Ultrapassagem da limitação atual de solos que podes ser dedicados à construção.

Com a dificuldade em arranjar espaço para fazer crescer o nosso Hospital, e sabendo que as condições de mobilidade naquele local têm de ser melhoradas, aproveitar o espaço existente fazendo crescer em altura as atuais instalações pode ser uma clara mais-valia.

Arquitetos de qualidade para desenvolver uma solução não faltam, será que temos políticos e gestores hospitalares à altura?

 

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