14.1 C
Vila Nova de Famalicão
Sábado, 23 Novembro 2024
Carlos Folhadela Simões
Carlos Folhadela Simões
Formado em Ciências Farmacêuticas, é professor do Ensino Secundário. Cidadão atento e dirigente associativo.

Haja memória!…

A natureza manifestou-se e brotou em Vila Nova de Famalicão. As pessoas desfrutam, enriquecem-se e divertem-se. O desiderato foi e está a ser cumprido. Parabéns pelos 10 anos do Parque da Devesa!

5 min de leitura
- Publicidade -
Carlos Folhadela Simões
Carlos Folhadela Simões
Formado em Ciências Farmacêuticas, é professor do Ensino Secundário. Cidadão atento e dirigente associativo.

Famalicão

Este final de verão fica marcado pela divulgação, coincidentemente no Dia internacional da Caridade, das medidas governamentais para combater a inflação. Entre outras resoluções, ganhou particular relevo o anúncio dos aumentos para os pensionistas que perfazem mais de um terço da população nacional.

Já muito foi dito e escrito sobre o assunto. Vários epítetos foram lançados (fraude, embuste, esquema, engano, mentira…) sobre esta medida que, na candura do primeiro-ministro, visa exclusivamente repor o poder de compra, fazendo face ao aumento do custo de vida derivado da escalada inflacionária.

Houve até quem lhe chamasse o “maior aumento de pensões em 20 anos”. Em outubro de 2012 tínhamos também sido surpreendidos por Vítor Gaspar, à data ministro das Finanças, com o “enorme aumento de impostos”.

O que tem uma coisa a ver com a outra? A primeira aumenta o pecúlio individual, a segunda esvazia o bolso do contribuinte. A ligação é antagónica!

A primeira, da forma como foi transmitida, falta à verdade e tenta ludibriar o pensionista mais incauto. Induz para ganhos imediatos e que se perpetuarão nos anos seguintes. Afinal não será assim. Já no próximo ano, verão os seus aumentos diminuídos, obviamente em termos comparativos. A segunda, para apreensão de todos nós, revelou-se infelizmente verdadeira, mas necessária para debelar a bancarrota deixada por Sócrates.

Sabe-se agora que o primado da sustentabilidade da Segurança Social terá presidido a este esquema de dar com uma mão e retirar com a outra. Quero acreditar que os portugueses a compreenderão. O que não se compreende é a falta de frontalidade e da comunicação da verdade nua e crua. Honestidade e autenticidade precisam-se!

A DOENÇA QUE ATACA O QUE SOMOS

Memória é a faculdade psíquica através da qual se consegue reter e (re)lembrar o passado. No que diz respeito à memória humana, esta é a função cerebral que resulta das ligações sinápticas entre neurónios. Conforme o alcance temporal, distingue-se a memória a curto prazo da memória a longo prazo.

A doença que vulgarmente associamos à perda desta importante função é a Doença de Alzheimer. Esta é um tipo de demência que provoca uma deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas, como atenção, concentração, pensamento, linguagem e não só da memória.

Como se depreende, perante a alteração destas importantes funções e capacidades, as implicações nas alterações do comportamento, personalidade e capacidade funcional das pessoas são impactantes. Instala-se de forma pérfida e tem progressão lenta.

Afeta, primeira e predominantemente, a memória episódica, com o paciente a começar a ter dificuldades em lembrar-se de fragmentos recentes da sua vida. A desorientação em ambientes conhecidos, a diminuição do discernimento com a dificuldade em tomar decisões simples, a perda de interesse e vontade, a dificuldade em realizar tarefas familiares são alguns dos sintomas iniciais. É uma doença que ataca o que somos e que nos remete para um mundo só nosso, ao apagar as ligações com aquilo que nos rodeia.

O dia 21 de setembro está consagrado à comemoração do Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer. É o dia em que é publicado o Relatório Mundial de Alzheimer. O deste ano aborda áreas de suma importância, tais como o impacto do diagnóstico nas pessoas que vivem com demência, seus cuidadores e famílias; as considerações médicas, emocionais e práticas durante os vários estádios de demência, inclusive para diferentes formas de demência; as Intervenções farmacológicas, cognitivas e multidomínio atuais e futuras na demência; o impacto da cultura e da sociedade no apoio pós-diagnóstico para pessoas que vivem com demência; introduzindo modelos de atendimento de todo o mundo e a importância da educação e treino sobre demência.

Em Famalicão, a Casa da Memória Viva (declaração de interesses: sou membro da direção), promoveu, a 24 de setembro, com a colaboração da Associação Calcantes, uma caminhada pelas artérias da cidade. Foi uma das formas de assinalarmos o “Dia” e de sermos veículo para a sensibilização desta problemática junto dos nossos concidadãos.

EM DEFESA DO JARDIM DA MEMÓRIA

As outras traduziram-se no contributo apresentado para o desenho de um “Plano Local Integrado para as Demências” no âmbito da auscultação prévia da comunidade famalicense para a elaboração do Plano Estratégico do Município 2022-2030 e na proposta para ser atribuída a designação de “Jardim da Memória” ao espaço ajardinado situado no gaveto da Rua de Manuel Pinto de Sousa e da Praça Álvaro Marques.

Seria esta, uma forma singela de relembrar todos quantos trabalharam e usufruíram do antigo Posto dos Serviços Médico-Sociais da Previdência, de que resta (e muito bem) um painel de azulejos, bem como do edifício da atual Casa da Juventude que para além de ter sido palco das convulsões do Verão Quente de 1975, foi a casa de milhares de famalicenses que ali professaram os seus estudos, no extinto Colégio Camilo Castelo Branco.

A NATUREZA MANIFESTOU-SE E BROTOU…

“O que hoje tenho o grato privilégio de inaugurar é acima de tudo um espaço para a natureza se manifestar, para brotar, mas também um espaço cuidadosamente preparado para as pessoas o desfrutarem na sua plenitude, se enriquecerem e se divertirem.” Palavras de Armindo Costa na inauguração, a 28 de setembro de 2012, do Parque da Devesa.

A natureza manifestou-se e brotou. As pessoas desfrutam, enriquecem-se e divertem-se. O desiderato foi e está a ser cumprido. Parabéns pelos 10 anos do Parque da Devesa!

FIGURAS MARCANTES

Gorbatchov, a 30 de agosto e Isabel II a 8 de setembro, partiram. O último líder da União Soviética e a monarca que manteve o manto diáfano perante o descalabro político e familiar, marcaram de forma indelével a história mundial.

UM BOM EXEMPLO DO BRASIL

Domingo, 2 de outubro, o Brasil elegerá o seu Presidente da República. No debate do passado sábado organizado pelo SBT, CNN Brasil, Estado de S. Paulo, Terra, Veja e pelas rádios Eldorado e Nova Brasil, interessante o mecanismo do mesmo e o respeito dos candidatos pelas regras estabelecidas. O de amanhã na Globo deverá seguir o mesmo caminho. A não perder este bom exemplo para os portugueses!

DOIS PRODÍGIOS DO DESPORTO

Dois nomes a reter: Diogo Ribeiro saiu do Campeonato do Mundo de Juniores, em natação, com três medalhas de ouro e um record mundial.

Em agosto, em Roma, nos Europeus Absolutos, tinha conquistado o bronze nos 50 mariposa. Este feito foi partilhado com Gabriel Lopes que também subiu ao pódio, com o 3.º lugar nos 200 estilos. Antes deles, só Alexandre Yokochi em 1985, prata nos 200 bruços, e Alexis Santos, bronze nos 200 estilos em Londres 2016, o tinham feito.

Vai brilhar em Paris, nos Jogos de 2024.

Kipchoge, o maratonista nigeriano que parece ter vindo de outra galáxia. Está cada vez mais perto de fazer cair a barreira das 2 horas na maratona, numa prova oficial.

Já o conseguiu em Viena (1h59m40s), numa prova ensaiada ao milímetro (Kipchoge: The Last Milestone, 2021, na Netflix).

A 25 de setembro, em Berlim (2h01m09s), correu a uma impressionante velocidade média de 2m53s/Km. Para quando a queda da barreira mítica das 2 horas?

Comentários

Carlos Folhadela Simões
Carlos Folhadela Simões
Formado em Ciências Farmacêuticas, é professor do Ensino Secundário. Cidadão atento e dirigente associativo.
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -

Atualidade

O conteúdo de Notícias de Famalicão está protegido.