Uma missa celebrada na capela do Solar das Lameiras, erigida em nome de Nossa Senhora da Conceição, uma grande exposição de fotografias no átrio principal e os parabéns cantados com entusiasmo pelo Grupo Coral Sénior, acompanhado pelas vozes de todas as crianças, seniores, colaboradoras e elementos da direção da instituição, marcaram os 25 anos de vida da Associação Gerações que aconteceram no dia 22 de outubro.
A missa foi celebrada pelo Padre Vítor, pároco das freguesias de Arnoso Santa Eulália, Lemenhe e Nine que, nas palavras que dirigiu a todos os presentes, enalteceu o caminho da Gerações e fez votos para que, no futuro, essa trajetória seja ainda mais enriquecedora e vibrante. Na primeira linha, disse, “estão a direção as colaboradoras da Gerações que sempre tiveram um papel decisivo na sua vida”.
Do passado da instituição falou Mário Martins, presidente da Direção, que referiu que foi depois da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, do Presidente Agostinho Fernandes, ter deliberado assinar um protocolo com a Associação de Ludotecas do Porto, tendo como objetivo trazer até ao concelho as ludotecas como espaços de lazer, divertimento e cultura para todas as crianças e “jovens” dos seis aos noventa anos que, no dia 22 de outubro de 1999, foi constituída formalmente a Associação de Ludotecas de Famalicão (ALF).
A cerimónia teve lugar na Escola do Fontelo, na freguesia de Calendário, com o aproveitamento e a recuperação da antiga “Casa do Professor”, transformada na primeira ludoteca do Município de Vila Nova de Famalicão.
A Associação de Ludotecas de Famalicão chegou a ter cinco ludotecas em funcionamento no concelho, rentabilizando espaços cedidos pelas juntas de freguesia e pelas paróquias. Para além da já referida “casa do professor”, na Escola do 1º Ciclo do Fontelo, em Calendário, a “ludoteca – mãe”, funcionaram com esta e em simultâneo, as ludotecas de Avidos, Vermoim, Requião e Ceide S. Miguel, num projeto desenvolvido em rede cooperativa, rico e abrangente para todos.
“A invasão de Timor Leste e as atrocidades cometidas pelos indonésios, na sequência do referendo que abria as portas para a independência do território, levou a ALF a pensar seriamente na instalação de uma ludoteca em Díli, capital de Timor Leste, para que as crianças do longínquo país asiático também tivessem acesso ao direito de brincar”, referiu Mário Martins.
O presidente da direção da Gerações relembra que “a violência atroz desenvolvida pelos indonésios, no pós-referendo, originou em Portugal campanhas fortíssimas de repúdio pelas chacinas dos indonésios e de solidariedade ativa com o povo de Timor Leste”.
“Escolas, associações, organismos e poderes públicos uniram-se em palavras e atos pela defesa do povo Maubere”, explica Mário Martins, salientando que “Famalicão não foi exceção”. O dirigente associativo relembra que “depois de grandes manifestações”, reuniram-se os apoios necessários e a Associação de Ludotecas de Famalicão foi a Timor com a Câmara Municipal e inaugurou, em 6 de novembro de 2 000, com a presença de Xanana Gusmão, a ludoteca “Halimar Mamutuk” (Brinquemos Juntos).
“Foi um feito histórico daquela que é hoje a inovadora e criativa Associação Gerações cujo nome foi alterado em janeiro de 2011, passando de Associação de Ludotecas de Famalicão para Associação Gerações – Associação de Educação, Solidariedade e Serviços. Daí para a frente foi sempre a sonhar, a fazer e a crescer”, refere Mário Martins.
No ano de 2019, em que se celebraram 20 anos de vida da Associação Gerações, a data foi assinalada com a recuperação do solar que agora permite melhores condições de funcionamento ao Centro Comunitário (Clube Sénior e Centro Educativo), a realização de uma conferência sobre a Educação de Infância, em parceria com a APEI, e também a edição duma revista que permitiu a todos revisitar, com saudade, os anos passados da vida da instituição.
No presente, Mário Martins disse, no aniversário dos 25 anos, que “este também é o tempo adequado para refletirmos em conjunto sobre o nosso caminho do presente e o caminho do futuro, tendo sempre no horizonte a visão e a missão da instituição e o seu papel na sociedade famalicense.” Apelidando todos os utentes e colaboradoras da Gerações como “uma constelação de estrelas”, disse também que “todos juntos conseguem ser maiores do que o sol”, trazendo a todos “a luz e o calor que aquecem e iluminam”.
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