Com um golaço da jovem estrela Gustavo Sá, o Futebol Clube de Famalicão venceu este sábado o Boavista por 1-0, em jogo da terceira jornada da I Liga de futebol.
Com este resultado, a equipa famalicense, orientada por Armando Evangelista, juntou-se a Sporting e FC Porto no comando da prova, o que constitui o melhor arranque de sempre no principal campeonato português de futebol, num total de 12 presenças na competição.
Este desempenho superou o registo das primeiras três jornadas da época 2019-2020, quando, sob o comando do treinador João Pedro Sousa, o FC Famalicão venceu o Santa Clara (2-0) e o Rio Ave (1-0), antes de empatar com o Vitória de Guimarães (1-1).
Um golaço de Gustavo Sá, de calcanhar, logo aos seis minutos da partida, ao Boavista, foi o suficiente para a equipa do FC Famalicão somar o terceiro triunfo em outros tantos jogos do campeonato.
Com esta vitória, o Famalicão chega ao grupo da liderança, em terceiro lugar, com os mesmos nove pontos do primeiro e segundo classificados, Sporting e FC Porto, respetivamente. O Moreirense, quinto classificado, poderá juntar-se ao trio da frente, contando por vitórias os jogos disputados, mas, para isso, teria de vencer o Sporting de Braga, em jogo a realizar este domingo, às 20h30, no Estádio Municipal de Braga.
Em 12 participações no principal campeonato português de futebol o FC Famalicão regista o melhor arranque de sempre nesta temporada, contabilizando três vitórias em três jogos disputados: 2-0 sobre o Benfica, 3-0 sobre o Estrela da Amadora e 1-0 sobre o Boavista.
DOZE ANOS ENTRE OS GRANDES
O Futebol Clube de Famalicão jogou pela primeira vez no Campeonato Nacional da I Divisão em 1946-1947, um ano depois de terminada a II Guerra Mundial. A aventura durou apenas uma temporada, tal como três décadas mais tarde, em 1978-1979, depois de ter sido campeão nacional da II Divisão.
Numa segunda fase primodivisionária, o FC Famalicão participou durante quatro anos consecutivos na I Divisão, entre 1990 e 1994. Mais recentemente, em 2019-2020, depois de criada a sociedade anónima desportiva, o Futebol Clube de Famalicão regressou ao principal campeonato, agora designado I Liga. Este ano disputa a sexta presença consecutiva, que já é o período mais longo entre os grandes do futebol português.
A MELHOR DEFESA DA PROVA
Além das três vitórias, o FC Famalicão apresenta, juntamente com o FC Porto, a melhor defesa da prova, sem qualquer golo sofrido, o que é inédito nas 12 presenças do FC Famalicão no campeonato maior do futebol português.
Após a saída do guarda-redes brasileiro Luís Júnior, a baliza ficou nas mãos do russo Ivan Zlobin, guarda-redes que em 2020 custou um milhão de euros ao FC Famalicão, vindo do Benfica. No jogo com o Boavista, Zlobin mostrou muito daquilo que vale, revelando ser um bom substituto de Luís Júnior. E já está a fazer história, dado que o FC Famalicão nunca tinha passado os primeiros três jogos do principal campeonato português sem sofrer golos.
Ao bom desempenho do FC Famalicão neste início de campeonato não é alheio o projeto de continuidade vindo da temporada passada, dado que a SAD liderada por Miguel Ribeiro adotou como estratégia manter a equipa técnica e o maior número de jogadores.
De facto, neste mercado de verão, a equipa do FC Famalicão operou o menor número de mudanças no plantel desde que o magnata israelita Idan Ofer se tornou dono do clube, em novembro de 2018, e levou o FC Famalicão à I Liga em 2019.
VITÓRIAS TAMBÉM NAS FINANÇAS
No plano financeiro, o FC Famalicão também está a ganhar. Só em três das saídas de jogadores, o FC Famalicão realizou 17 milhões de euros em vendas. O guarda-redes Luís Júnior foi o grande negócio, ao ter sido vendido por 12 milhões para os espanhóis do Villarreal, o avançado venezuelano Jhonder Cádiz saiu para os mexicanos do Léon por 3 milhões de euros e Puma Rodriguez transferiu-se para os sérvios da Estrela Vermelha por 2 milhões de euros.
Do FK Vojvodina, do campeonato sérvio, chegou, a título definitivo, o guarda-redes montenegrino Lazar Carević, de 25 anos, que custou 800 mil euros.
O extremo Gil Dias, de 27 anos, que representou o FC Famalicão em 2020-2021, regressou o clube, acrescentando ao conhecimento que tem da casa a experiência internacional que ganhou na Alemanha e na Polónia. Não triunfou nos alemães do Estugarda, foi emprestado ao Légia de Varsóvia e regressou a Vila Nova de Famalicão por 900 mil euros.
Assim, o FC Famalicão faturou 12 milhões de euros e gastou apenas 1,7 milhões, tendo apostado em jogadores livres, como foi o caso de Rochinha, antigo jogador do Vitória de Guimarães e do Sporting Clube de Portugal, que, aos 29 anos, entra no clube famalicense para estabilizar a sua carreira, depois de ter falhado no Sporting de Rúben Amorim e nos turcos do Kasimpasa. Para já, tem sido titular na equipa de Armando Evangelista.
“ESTE ANO VAI SER JOGO A JOGO”
Tendo como grande preocupação a falta de condições no velho Estádio Municipal de Vila Nova de Famalicão, enquanto a solução se arrasta em vários anos de promessas dos autarcas municipais, o presidente da SAD não estabeleceu objetivos de médio ou longo prazo para esta temporada.
Aliás, se a equipa do FC Famalicão conquistar um lugar de acesso a provas europeias, terá de procurar um estádio emprestado nas redondezas, pois já não haverá possibilidade de reconstruir o estádio municipal em tempo útil. “Este ano vai ser jogo a jogo”, afirmou Miguel Ribeiro, no dia da apresentação da equipa. A estratégia está a resultar. Com tanto impacto que, logo na jornada inaugural, até relançou uma crise no poderoso Benfica…
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