“Segundo a SIBS, a empresa gestora do sistema Multibanco, foram gastos mais 12% na chamada “Sexta-feira negra” do que no ano passado e mais 14% em toda a semana”, em Portugal.
“UNESCO sugere “Blue Friday” a favor dos oceanos como opção à consumista “Black Friday”
“Green Friday? Zero pede plantação de árvores na Black Friday contra consumo excessivo”
Estes são alguns títulos com que as notícias recentes nos brindam. Uma tendência para o aumento do consumismo e mais um alerta de que existem prioridades mais importantes, nomeadamente para a nossa própria sobrevivência.
Das várias pesquisas possíveis, há uma que me deu o seguinte significado para consumismo: “o consumismo é uma doutrina sociocultural e uma crença que propõe a aquisição de bens materiais como única forma de satisfação pessoal e que distingue as pessoas com base na sua maior ou menor capacidade de consumo.”
Mas será que isto quer dizer que estamos a tentar compensar através de bens materiais aquilo que nos falta a nível emocional? Talvez.
O que é certo é esta tendência ter impactos nefastos no meio ambiente, nos recursos que são gastos para esta produção desenfreada de bens onde o “fast” é a moda.
“Fast food”, “fast fashion”, tudo é rápido e nada se guarda. E, no entanto, se todo o planeta consumisse como os portugueses, os recursos naturais à nossa disposição teriam terminado já em maio!
Obviamente que o aumento da população mundial significa uma necessidade maior de produção, mas essa produção deve assentar em princípios sustentáveis que, em articulação com políticas e campanhas para um consumo consciente, permitam uma mudança de paradigma na forma como se percecionam os bens materiais. E não nos esqueçamos que também as sociedades ditas subdesenvolvidas têm direito a melhorar as suas condições mais básicas de uma vida condigna.
Os vários movimentos de sensibilização para redução do consumo como por exemplo, o movimento Zero Waste Youth Portugal, cujo objetivo é apelar a uma mudança de hábitos e a um repensar de escolhas, ainda são pequenas gotas neste oceano de tubarões do marketing.
Daí, torna-se imperioso que os diferentes atores, desde o legislador ao consumidor final, atuem de forma concertada a proteger a nossa casa comum.
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