O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, nomeou hoje o famalicense Jorge Moreira da Silva diretor executivo da UNOPS e secretário-geral Adjunto das Nações Unidas.
A UNOPS é a agência das Nações Unidas responsável pela construção de infraestruturas e pela gestão de projetos nas áreas da paz e segurança, do desenvolvimento e da ajuda humanitária.
Sedeada em Copenhaga e com escritórios espalhados por todos os continentes, a UNOPS, que agora terá Jorge Moreira da Silva como diretor executivo, é uma das maiores agências da ONU, com cerca de cinco mil funcionários.
Em 2021, a UNOPS concretizou mais de 1000 projetos, com um volume de investimentos de 3400 milhões de dólares, em cerca de 80 países.
“A minha candidatura foi individual e nomeação resultou de um concurso público internacional”, afirmou Jorge Moreira da Silva, da rede social Facebook, onde revelou ter sido “com alegria e sentido de responsabilidade” que recebeu a decisão de António Guterres de o nomear.
“Estarei, nos próximos anos, totalmente focado nesta missão de liderar, no terreno, a construção e a gestão das infraestruturas essenciais ao desenvolvimento sustentável, à segurança e paz, e ao combate às desigualdades e às alterações climáticas”, adiantou Jorge Moreira da Silva, que em 2022 perdeu para Luís Montenegro a corrida à presidência do PSD.
Nessa altura, ao apresentar a candidatura ã liderança do partido, Jorge Moreira da Silva demitiu-se das funções de diretor da Cooperação para o Desenvolvimento, na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), cargo que ocupava desde 2016, em Paris.
Agora, o político famalicense, que entre 2011 e 2015 foi ministro do Ambiente no Governo de Pedro Passos Coelho, volta à ribalta internacional. “Esta missão é particularmente desafiante atendendo à correlação que existe entre a infraestruturação, o desenvolvimento sustentável e o combate às alterações climáticas: mais de 92% das metas previstas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável dependem de infraestruturas; e quase 80% das emissões globais de gases com efeito de estufa são resultantes de infraestruturas”, explica Moreira da Silva, concluindo que, “o combate à pobreza, às desigualdades e às alterações climáticas depende da qualidade da infraestruturação”.
“Não faltam causas à espera do nosso melhor contributo e, num tempo de tão grandes desafios, o mais importante é nunca desistir de lutar”, diz ainda Jorge Moreira da Silva, que é professor catedrático convidado na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e professor Adjunto na Paris School of International Affairs (Sciences Po).
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