O jogo de tabuleiro Monopólio tornou-se célebre em 1903, ano em que a “Economic Game Company” o lançou no mercado e registou a patente. A finalidade do jogo foi chamar a atenção para o lado negativo da monopolização. A criação deste jogo foi uma ferramenta para educar a sociedade, acreditava-se que que seria uma ferramenta de literacia financeira.
Na verdade, essa ferramenta funcionou e ainda funciona, este jogo faz parte da nossa infância e ainda hoje está muito atual. No nosso concelho, também se joga ao Monopólio, mas de forma real!
A nossa cidade está transformada num tabuleiro de Monopólio pelo centro do poder. Numa análise não muito demorada, podemos constatar que a nossa cidade está cercada de hipermercados, ignorando o direito à habitação. Os grandes grupos já perceberam que o metro quadrado em Famalicão para eles está barato.
A narrativa do atual executivo liderado por Mário Passos é sempre a mesma: “Crescimento, crescimento!”. Essa narrativa já não encanta os famalicenses, todos percebemos que a finalidade não é olhar para os problemas reais de todos, mas sim ser o servo dos grandes grupos e económicos.
A crescente necessidade de habitação na cidade e no concelho para jovens casais, famílias em crescimento e pessoas que se gostariam de se fixar no nosso concelho, é um facto sobre o qual Mário Passos “passa por cima”. A irresponsabilidade de “entregar” os nossos terrenos aos grandes grupos causa a asfixia habitacional a que temos assistido.
A lei da oferta e da procura está com forte desequilíbrio, sendo que a procura de habitação supera a oferta e, desta forma, os preços sobem. Neste cenário, as decisões do Presidente da Câmara soam como um insulto a todos nós, demonstram uma enorme insensibilidade social.
A incapacidade gritante deste executivo tem como consequência o adiar de uma vida digna a todos aqueles que lutam para se fixarem no concelho com a compra de uma habitação.
A incapacidade e a falta de preocupação de Mário Passos “obrigam” as pessoas a procurarem sistematicamente soluções temporárias, ou seja, arrendamentos.
Neste grande tabuleiro, somos apenas simples peões que andamos de lado para lado ao sabor dos interesses. Os dados são lançados e a preocupação camarária é mais uma inauguração, mais uma foto, mais uma publicação e mais um motivo para se evidenciar.
É inadmissível a falta de soluções numa cidade que tinha tudo para ter mais focos habitacionais, não os tem porque, para o executivo, tudo é mais importante que as pessoas. A pressa de mostrar obra a pensar nas eleições está a prejudicar a vida de todos nós, principalmente aqueles que procuram a primeira habitação.
Temos a nossa cidade “virada ao contrário”, temos umas taxas camarárias inadmissíveis, os transportes públicos são escassos e a rede de circulação com horários inadequados para a vida dos famalicenses.
A monopolização do poder conseguida pelo PSD/CDS está a destruir o que de bom foi feito no passado. Dentro dos gabinetes com ar condicionado é impossível chegar às pessoas, sair até saem, mas para visitas controladas ao comércio no centro da cidade e mesmo essas já não tapam os olhos a ninguém. Estas políticas não servem as pessoas do nosso concelho.
A visão elitista de Mário Passos, em querer apenas que as pessoas de “bem” e com “berço de ouro” se fixem no concelho, não serve os interesses dos famalicenses. É isto que queremos para o nosso concelho?!
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