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Vila Nova de Famalicão
Domingo, 24 Novembro 2024

Famalicão em Transição “exige suspensão imediata” dos trabalhos no Monte de Santa Catarina

Em causa, intervenção em área de Reserva Ecológica Nacional, com abate de árvores de espécies protegidas. Associação defende que "qualquer intervenção nesta área deveria ser cuidadosamente gerida".

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Famalicão

“O concelho de Vila Nova de Famalicão sofreu uma perda irreparável do seu património ambiental, paisagístico e cultural no Monte do Facho, também conhecido como Monte de Santa Catarina, na encosta voltada para a Freguesia de Outiz”. A afirmação é da Famalicão em Transição, associação de cariz ambiental que, em comunicado, lamenta o abate de árvores no Monte de Santa Catarina para a construção de uma central fotovoltaica. A informação sobre a construção da central fotovoltaica foi avançada em primeira mão pelo NOTÍCIAS DE FAMALICÃO no mês de julho. [ver aqui Central fotovoltaica será construída em terreno com “perigosidade de incêndio florestal muito alta”].

“No final de outubro deste ano foi arrasada uma extensa mancha de Sobreiros e alguns Carvalhos Alvarinho, numa área incluída em Reserva Ecológica Nacional e que abrange as ‘cabeceiras das linhas de água’ e ‘áreas com risco de erosão’”, refere a Associação, salientando que “essa é a descrição da área em documentação disponível na página online do Município de Vila Nova de Famalicão”.

Imagem: AFETRA/DR

A Associação cita o Decreto-lei nº 169/2001 de 25 de maio que obriga a que o corte ou poda de Sobreiros e Azinheiras sejam requeridos e autorizados, previamente, pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Para além da legislação, a Famalicão em Transição destaca ainda que “trata-se de uma área com uma orografia muito sensível, devido ao grande declive e exposição às massas de ar marítimas carregadas de humidade”.

“Qualquer intervenção nesta área deveria ser cuidadosamente gerida. Infelizmente, no local verifica-se que o solo foi totalmente revolvido, pontuando crateras em resultado do arranque das raízes de árvores adultas. Deste modo, o solo ficou totalmente desprotegido às portas do Inverno”, referem os ambientalistas.

Imagem: CMVNF/DR

A Associação Famalicão em Transição informa que vai colocar um conjunto de questões à Câmara de Famalicão “para perceber o enquadramento dos factos e quais as medidas de compensação ambiental”. No entanto, acrescenta que “independentemente da argumentação que a autarquia possa apresentar, tendo em conta os elementos expostos, “exige que se suspenda de imediato os trabalhos no local” e que logo que seja possível se inicie a recuperação ambiental e paisagística da área.

Refira-se que a Famalicão em Transição “tem como visão tornar Vila Nova de Famalicão uma comunidade mais sustentável e resiliente, centrada nas pessoas e na natureza”.

 

 

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