Está na liderança do PS há cerca de um ano. O partido concorre em todas as freguesias. Como é que está a ser recebida a sua candidatura e as candidaturas dos candidatos às assembleias de freguesia?
A nossa candidatura é uma candidatura constituída por um conjunto de homens e mulheres, jovens e menos jovens, e temos feito um trabalho desde há muito tempo nas freguesias, um trabalho de proximidade. Já estou há cerca de um ano e meio à frente do partido e o trabalho que tem sido feito desde essa altura é um trabalho de renovar o partido, respeitando o passado e procurando construir equipas fortes em todas as freguesias para que o Partido Socialista volte as vencer as autárquicas em Vila Nova de Famalicão. Esse é o nosso grande objetivo e, neste momento, estamos fortes e preparados para vencer.
Que problemas é que Famalicão tem que precisam da sua candidatura para serem resolvidos?
Há muitos problemas que consideramos que são urgentes. Um deles é o saneamento básico. Saneamento básico, em pleno século XXI, nem que seja problema só numa rua, tem de ser para todas as pessoas. Todos têm os mesmos direitos e nós, à frente do governo municipal, temos que governar sempre numa perspetiva global. Há uma carência a nível de abastecimento de água e em termos de mobilidade de transportes públicos.
No trabalho de proximidade que temos vindo a fazer junto das pessoas podemos auscultar a comunidade e perceber quais são as necessidades de cada freguesia. A partir do momento que tivemos mais liberdade, no sentido de podermos já ter contacto presencial com os nossos fregueses, fomos de porta a porta para consultar as pessoas a perceber quais são as necessidades de cada comunidade. As pessoas podiam preencher um questionário na nossa página de candidatura e dar algumas sugestões sobre aquilo que consideramos que é importante para o futuro do concelho.
A questão da mobilidade é uma das principais, porque praticamente todos em todas as freguesias as pessoas manifestaram que, neste momento, há problemas com os transportes públicos, seja na manutenção de horários, nos itinerários que são reduzidos. E aquilo que nós nos preocupamos, neste momento, é garantir à nossa comunidade que todos têm direito a ter o transporte público para se deslocar aos serviços públicos do concelho e para que possam, também, dar a volta ao concelho. Queremos transportes públicos amigos do ambiente, com mais itinerários, com mais horários e, ao mesmo tempo, fazer a inclusão digital e envolver os transportes públicos através de plataformas que facilitem a vida da nossa comunidade. O táxi partilhado é uma solução que defendemos também.
Há um conjunto de situações que nós percebemos que são necessidades na área da saúde e que a pandemia veio despertar. Temos de refletir e corrigir aquilo que está menos bem nesta área, para todos. Temos de assegurar qualidade na saúde e temos bons profissionais, mas também temos condições de melhorar as infraestruturas. O PRR veio no sentido de haver financiamento para as comunidades primárias e temos que aproveitar. Temos que dar condições para modernizar as nossas unidades familiares para garantir serviço de saúde renovado para o concelho. E também temos que ser um pouco mais ambiciosos e dar um passo à frente no sentido de procurar ter mais saúde de proximidade, ter um hospital com melhores condições.
É por isso que defende um novo hospital.
Sim, defendo um novo hospital porque defendo que nós, atingindo uma área de atuação no Vale do Ave de 240 mil pessoas, temos todas as condições para reivindicar mais especialidades e valências. Temos de ter um novo hospital porque o atual não tem condições de alargar mais nem de acessibilidade com rapidez.
As múltiplas obras que estão em curso na cidade no último ano têm sido alvo de preocupação e também de crítica. Diz que tem andado pela comunidade… O que é que tem visto e ouvido? O que é que pensa sobre isso?
O que eu ouço e percebo no decorrer deste tempo, neste trabalho de proximidade porta a porta com os nossos lojistas, é que têm receio e que ao mesmo tempo estão preocupados com o futuro. Estão preocupados porque passaram por este problema global desta pandemia, que foi mau para todos, pensando eles que nesta fase até iam recuperar alguma coisa e passam agora pelas obras que têm um défice em termos de organização e planeamento.
Se fosse presidente da Câmara era assim que estava?
Sabendo nós que o concelho de Famalicão tem uma carência de estacionamento, ao realizar uma obra este género tínhamos que pensar em fazer um parque subterrâneo próximo. Era uma forma de assegurarmos estacionamento à comunidade, para que possam usufruir do nosso comércio local. No futuro, esta carência vai ser um problema para as pessoas e para os lojistas. Acredito que há ali muita coisa que, no momento, não considero prioritário. E os fundos comunitários não obrigavam a fazer a obra nesta altura.
Por falar em obras, a outra obra que também tem sido alvo de atenção nos últimos meses é a obra em curso no parque da cidade, a construção do novo edifício do CeNTI. Concorda com as decisões que têm sido tomadas?
O que eu considero, relativamente a essa questão é que mais uma vez somos confrontados com falta de diálogo. Não há diálogo, não há vontade por parte deste governo municipal de reunir todas as entidades envolvidas nesse processo, ouvir as associações e depois arranjar forma de ir ao encontro do interesse de todos. Neste momento, a minha questão é esta: não somos contra o alargamento do Citeve, nós consideramos que é importante o Citeve estar em Famalicão, mas como governo municipal nós procuraríamos apresentar outra alternativa. Há outros espaços que até podemos fazer uma permuta e até perto do Citeve. Tem de haver aqui um trabalho coletivo do município, juntamente com o Citeve, porque futuramente se o quiser alargar mais como é que vai fazer?
Falou várias vezes em diálogo. O que diferencia Eduardo Oliveira e a candidatura socialista do atual governo municipal?
Aquilo que eu digo muitas das vezes é que estou na política pelas pessoas. É pelos meus filhos e pelos filhos dos outros, porque considero que o rumo atual não é o rumo que eu defendo e o rumo que eu defendo é o rumo da família, do respeito pela família. Quero fazer um trabalho que vai ao encontro das necessidades das famílias e, para isso, nós temos que ter a capacidade de ouvir as pessoas e não fugir das pessoas. Nós temos que andar no terreno e ter, acima de tudo, vontade e ambição de estar junto das pessoas para podermos resolver o problema delas. O governo municipal nunca poderá ser um problema para a comunidade. O governo municipal deve ser sempre o responsável pela resolução dos problemas das pessoas.
Em linhas gerais, de forma resumida, quais são as suas três principais propostas? Quais são as áreas em que vai estar mais atuante, mais atento e que são mais prioritárias?
Neste momento, é prioritário resolver as necessidades que temos na área da saúde, na área da mobilidade e na área da habitação. São, neste momento, os três eixos que nós consideramos que são urgentes, prioritários para toda a comunidade de Famalicão.
Vamos supor que eu sou eleitora indecisa, que estamos a ser lidos por eleitores indecisos, o que é que diria para nos convencer a votar em si?
Aquilo que nós, acima de tudo, pretendemos para o futuro do concelho é que seja verdadeiramente um concelho para todos. Não queremos que seja um concelho só para alguns. Queremos um concelho para todos e é com isso que vocês podem contar da parte do Partido Socialista. Como presidente de Câmara e pela equipa que me acompanha, podem ter a total confiança. Somos pessoas que desejamos o bem e procuramos o bem de todos. Acreditem que é possível. Votem na mudança, para que possamos levar a esperança a toda a comunidade.
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