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Vila Nova de Famalicão
Domingo, 2 Fevereiro 2025

Estádio Municipal de Famalicão: 1 ano depois da promessa de Mário Passos, nada mudou

Em Fevereiro do ano passado o presidente da Câmara anunciou a estratégia da autarquia para a construção do novo estádio, mas o concurso ainda não foi lançado.

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Famalicão

Em fevereiro de 2024, faz agora um ano, o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Mário Passos, reuniu com José Pina Ferreira, presidente da direção do clube, e Miguel Ribeiro, presidente da SAD do Futebol Clube de Famalicão, para apresentar “a estratégia do município e o cronograma para o processo tendente à construção do novo Estádio Municipal”.

Na reunião, realizada no dia 20 de fevereiro do ano passado, o autarca da coligação PSD-CDS anunciou que a estratégia da autarquia para a construção do Estádio Municipal seria fazer a concessão a privados dos terrenos onde estão implantados o Estádio Municipal e o campo de treinos, através a abertura de um concurso público internacional.

Na ocasião, Mário Passos apontou o início do segundo semestre de 2024 para o arranque do procedimento concursal, adiantando ainda que era “vontade da Câmara Municipal que a construção de todo o empreendimento comece ainda no ano de 2025”.

O Presidente da Câmara Municipal deu ainda conta de que havia uma vasta equipa técnica a trabalhar na elaboração do programa-base, na avaliação imobiliária e nos estudos necessários à abertura do concurso público internacional.

O período de tempo da concessão dos terrenos foi apontado como um dos aspetos a definir após a conclusão dos estudos de avaliação e de viabilidade económica e financeira.

ESTUDO DE VIABILIDADE CONTRATADO EM JUNHO 

O NOTÍCIAS DE FAMALICÃO teve acesso ao contrato de aquisição do estudo de avaliação e de viabilidade económica e financeira do Estádio Municipal de Vila Nova de Famalicão assinado em junho de 2024.

Com prazo de duração de 6 meses, o contrato tinha vigência até dezembro de 2024. Ou seja, essa é a data que foi definida para a conclusão do estudo de viabilidade económico financeira com as informações necessárias para o lançamento do concurso para a construção do novo estádio.

O montante total do contrato, com IVA incluído, é de 22.140 euros. A empresa contratada foi a Ensigaia – Educação e Formação, Sociedade Unipessoal, Lda., localizada em Vila Nova de Gaia.

ALTERAÇÃO DO PDM

Além dos estudos de avaliação e de viabilidade económica e financeira, a construção de um novo estádio nos moldes anunciados por Mário Passos implica alterações urbanísticas. Ou seja, para a viabilização de uma proposta imobiliária que inclua a construção do novo estádio municipal e outras valências destinadas a comércio e serviços, um polivalente municipal e um parque de estacionamento subterrâneo é necessário alterar o Plano Diretor Municipal (PDM).

Refira-se que para a alteração do PDM é necessária a aprovação da Câmara Municipal e, posteriormente, da Assembleia Municipal. E, por fim, a publicação do novo PDM em Diário da República.

No entanto, a revisão do PDM ainda está em curso e esse processo ainda não tem data prevista para a conclusão.

Imagem da área da Unidade Operativa de Planeamento e Gestão (UOPG) 1.12 – Estádio.

As alterações previstas para os terrenos municipais do estádio e do campo de treinos estão entre os pontos mais polémicos da revisão do PDM.

Os partidos PAN e BE tomaram uma posição conjunta, defendendo que o solo na área do Estádio Municipal e do campo de treinos deve manter-se destinado a equipamentos desportivos em vez de passar a permitir outros tipos de construção [ver notícia BE e PAN afirmam que alteração ao PDM “limita ampliação” e “enfraquece” área desportiva da cidade de Famalicão].

A CDU também é contra a alteração da qualificação desses terrenos e diz que votará contra “se a proposta de revisão do PDM a levar à Assembleia Municipal for a mesma que foi levada à discussão pública” [ver notícia CDU diz que “falta de planeamento e estratégia” é “evidente” na gestão do processo do novo estádio municipal].

UM EDIFÍCIO COM O ESTÁDIO DENTRO

O anúncio feito por Mário Passos em fevereiro do ano passado não é novidade dado que anteriormente o edil já havia adiantado publicamente que a ideia é ter um edifício com o estádio dentro”.

No entanto, com o anúncio público aos dirigentes do clube e da SAD e também aos famalicenses, Mário Passos deixou cair em definitivo um projeto que tinha sido apresentado pelo ex-presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha.

Imagens virtuais do projeto de remodelação do Estádio Municipal de Vila Nova de Famalicão apresentado por Paulo Cunha em outubro de 2018. Uma obra que ficou no papel.

Recorde-se que, em 12 de outubro de 2018, Paulo Cunha prometeu a remodelação do Estádio Municipal de Vila Nova de Famalicão apontando a inauguração do “novo” estádio apenas para três anos depois, ou seja, em 2021 – que foi ano de eleições autárquicas.

Ao contrário do projeto apresentado por Paulo Cunha, a ideia de Mário Passos contempla a construção de um novo estádio municipal e outras valências destinadas a comércio e serviços, um polivalente municipal e um parque de estacionamento subterrâneo.

“VIOLAÇÃO DE COMPROMISSO”

Em agosto, no arranque da época 2024-2025, à margem da cerimónia de apresentação dos jogadores para a nova temporada, Miguel Ribeiro deu conta do seu descontentamento e recordou que a SAD do FC Famalicão tentou “ser solução”.

A expectativa do lançamento do concurso no início do segundo semestre não se verificou. Por isso, em agosto, Miguel Ribeiro considerou que o prazo para o lançamento do concurso público internacional para a construção do novo estádio já tinha passado.

“Neste momento, nós temos é que arranjar uma solução para o estádio. Se não for ali [nos terrenos do estádio atual], será noutro sítio qualquer. Quando digo ’um sítio qualquer’ é mesmo um sítio qualquer. Não precisa de ser em Vila Nova de Famalicão”, afirmou o dirigente da SAD.

Algumas semanas depois, na cimeira “Thinking Football”, Miguel Ribeiro voltou a falar sobre o estádio: “Temos disponibilidade mental e financeira para olhar para a frente de soluções. Não precisamos mais de estar à espera de decisões que não sejam nossas. Equaciono jogar noutro local, equaciono fazer onde está o estádio. Eu equaciono tudo, menos continuarmos como estamos. Neste ano civil, temos de ter uma decisão.” 

Os adeptos também estão “fartos de promessas adiadas” e no arranque da época afixaram tarjas com frases críticas direcionadas à autarquia por causa da inação em relação ao prometido novo estádio municipal [ver notícia Estádio Municipal: FC Famalicão acusa Câmara de “violação de compromisso” e adeptos pressionam Mário Passos].

“ESTÁDIO DE RAIZ”

Em setembro do ano passado, Mário Passos afirmou: “Eu digo claramente que quero fazer um estádio, e quero fazer um estádio novo, de raiz.” Na sequência, o NOTÍCIAS DE FAMALICÃO perguntou ao edil se fazia parte dos planos da Câmara Municipal alguma mudança relativamente à localização do equipamento.

Através da sua assessoria de imprensa, Mário Passos reiterou que não mudou de ideia “acerca do novo Estádio Municipal” e que a sua posição continuava “a ser aquela” que tinha anunciado “publicamente em fevereiro” de 2024. Ou seja, manter o Estádio Municipal no mesmo lugar.

Em outubro do ano passado, o NOTÍCIAS DE FAMALICÃO perguntou ao presidente da Câmara quando seria lançado o concurso do novo estádio. Através do seu gabinete de comunicação, Mário Passos respondeu que “a Câmara Municipal está a tratar de todos os procedimentos processuais e dará nota assim que surgirem novidades a este respeito”.

Ontem, o NOTÍCIAS DE FAMALICÃO voltou a perguntar quando será lançado o concurso do novo estádio, mas até ao momento não obtivemos resposta.

Resta continuar a aguardar que a Câmara Municipal apresente os trabalhos de casa.

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