A famalicense ESI, empresa de base tecnológica especialista em soluções de engenharia para a Indústria 4.0, está a participar na 18.ª edição da EMAF – Feira Internacional de Máquinas, Equipamentos e Serviços para a Indústria. A EMAF é a maior feira industrial ibérica e decorre entre os dias 1 e 4 de dezembro, na Exponor, em Matosinhos.
A ESI surpreendeu os visitantes do primeiro dia com um robô programado para desenhar os retratos de João Vasconcelos, antigo secretário de Estado da Indústria, e do professor universitário e especialista em robótica Norberto Pires, ambos falecidos precocemente, já depois da última edição do certame, em 2018.
No próximo sábado, último dia da feira, a ESI lançará dois NFT (“token” não fungível) que reproduzirão o retrato das duas personalidades que os responsáveis da empresa famalicense entenderam homenagear no regresso do certame (que não se realizou no ano passado por causa da pandemia de Covid-19).
No stand que tem na feira, a empresa dá destaque a um sistema robótico de soldadura controlado por um software que permite que um robô seja programado offline. Trata-se de um produto da multinacional alemã Fastsuite, representada no mercado nacional pela ESI. Com recurso à panóplia alargada de soluções de gestão de que a marca dispõe, na EMAF os visitantes podem apreciar, pela primeira vez entre nós, uma situação vivida em contexto de chão de fábrica segundo o conceito virtual de “Digital Twin” (gémeo digital). Em Portugal, a empresa instalou, com assinalável êxito, uma solução destas num dos maiores fabricantes europeus de quadros de bicicletas.
Com sede e instalações na freguesia de Esmeriz, a ESI – Engenharia, Soluções e Inovação vai para o seu 15.º ano de vida. Resultou de um projeto de empreendedorismo de três engenheiros mecânicos formados na Universidade do Minho – entre os quais o Gil Sousa, administrador da empresa –, que transformaram um trabalho académico numa ‘spin-off’. No ano passado, faturou seis milhões de euros e emprega atualmente quase três dezenas de pessoas.
AUTOMAÇÃO E LOGÍSTICA
No espaço que ocupa no pavilhão 5 da Exponor, a ESI demonstra também as potencialidades da função “teaching” (ensinar), facilitadora da programação de um robô na definição de trajetórias, em ambiente de fábrica. Uma vez familiarizado com ela, o operador pode, literalmente, agarrar o robô e levá-lo a fazer a trajetória pretendida, de um ponto para outro, sem quaisquer constrangimentos. “É uma forma de programar mais rápida e intuitiva, o que torna mais fácil a formação de operadores com menos conhecimentos de programação e rentabiliza o tempo de trabalho”, salienta Gil Sousa, administrador da empresa.
Ainda na área do software, os profissionais que se deslocarem ao stand da ESI ficarão a conhecer a função “safe operation”, com a qual a velocidade de um robô reduz gradualmente à medida que o operador se aproxima da máquina. Resultado: passa a ser possível instalar robôs industriais sem proteções físicas, a trabalhar em campo aberto com pessoas, proporcionando às empresas ganhos de produtividade e velocidades de trabalho mais altas que as proporcionadas pelos robôs colaborativos.
Na área logística, a ESI mostra igualmente um AGV (acrónimo da designação inglesa de veículo guiado automaticamente) versátil e produtivo, capaz de oferecer soluções completamente customizadas ao longo do processo. Ao alcance dos visitantes está um AGV com um transportador de rolos incorporado que consegue deslocar a carga de um lado para o outro de forma automática. Uma vez no destino, a entrega da carga é também automática, assegurando todo o processo logístico sem qualquer intervenção humana.
No certame, reservado a profissionais, a ESI apresenta ao mercado português pela primeira vez a oferta da empresa norte-americana Vention, que, segundo Gil Sousa, vem “facilitar bastante” a fase de projeto e de procura de soluções estruturais, assim como de automação online.
Despercebido no espaço da empresa na maior feira industrial portuguesa não passa também o “Titan”, o maior robô dos alemães da Kuka, capaz de manipular mais de uma tonelada.
Comentários