O final do ano traz consigo, na maioria das vezes, reflexões sobre os últimos 12 meses e projetos novos para o ano seguinte.
Existem tradições como comer 12 uvas passas e pedir desejos, ou avançar com o pé direito, ou, ainda o uso de certos tipos de cores na passagem de ano, e estas boas tradições carregam um simbolismo muito próprio, aliado a uma renovada esperança: para o ano vai ser diferente!
Mas se realmente queremos algo novo, algo melhor, existem ciclos que necessariamente têm de ser quebrados, com vista a dar lugar a alternativas que nos levam para caminhos mais positivos. Assim é na nossa vida pessoal e também na vida pública. Assim, deixo os meus desejos para 2025:
1. É preciso quebrar o ciclo desta política de olhar apenas e só para a balança da exportação e não pensar nos impactos negativos que ficam no concelho, na saúde das pessoas, no ambiente e no ordenamento do território. Precisamos de uma balança equilibrada.
2. É preciso quebrar o ciclo deste perpetuar de manter as pessoas fora do debate público. A realização de consultas públicas em simultâneo e com prazos limitados, associado à ausência de sérios debates sobre temas relevantes como o PDM ou planos e estratégias para o município, continuam a colocar de fora da equação as pessoas. Precisamos trazer a comunidade para o centro da discussão e decisão.
3. É preciso quebrar o ciclo deste esbanjar de dinheiro público em coisas supérfluas, e o constante aumento da dívida municipal. Precisamos de investimento em mais apoios sociais, que promovam dignidade e inclusão. E de contas que não hipotecam o futuro.
4. É preciso quebrar o ciclo deste pensamento conservador que vê os animais como coisas descartáveis que podem ficar fechados num canil 365 dias por ano, ou torturados em praças ambulantes e chamar-lhe de tradição. Precisamos de uma visão ética e progressista para o concelho.
5. É preciso quebrar o ciclo de pensar a cidade como vias de circulação de veículos. Precisamos devolver o espaço público às pessoas.
6. É preciso quebrar o ciclo desta ideia de aprovar tudo que é abate de árvores, destruição de zonas verdes para construção de centrais fotovoltaicas, e fechar os olhos aos crimes ambientais que ocorrem nos nossos rios e zonas protegidas. Precisamos pensar o município como um ecossistema a proteger.
7. É preciso quebrar o ciclo de pensar a gestão do concelho como uma “coisa” privada, onde se atua em prol dos interesses (económicos) de alguns, apenas se prestam as informações que se quer, ou empurram-se responsabilidades. Precisamos de transparência na gestão pública.
8. É preciso quebrar o ciclo de más decisões para o coletivo! Precisamos pensar ofuturo como comunidade!
Os restantes desejos por muito cliché que sejam, cada vez ganham mais importância.
9. Que tenhamos um ano de tolerância e aceitação para com quem é diferente.
10.Que pensemos na nossa casa comum como algo prioritário de proteger.
11. Que lutemos por um mundo mais justo e empático.
12.Que tenhamos sempre presente nas nossas ações o respeito com o próximo.
Um bom ano!
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