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Sexta-feira, 22 Novembro 2024

Dirigentes do Chega sentem-se enganados e desiludidos com deputado eleito por Braga

Presidentes das concelhias e dirigentes da distrital de Braga querem Filipe Melo, líder da distrital e recém-eleito deputado, fora da Assembleia da República.

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Famalicão

As oito concelhias do CHEGA no distrito de Braga e também dirigentes da distrital são contra a entrada de Filipe Melo no grupo parlamentar do partido na Assembleia da República.

A posição foi tornada pública em forma de comunicado conjunto no qual as concelhias marcam “uma posição de total afastamento da pessoa em questão, pois não se reveem em absoluto em Filipe Melo e não encontram justificação para os seus comportamentos”.

Dirigentes da distrital “estão solidários com as concelhias”, nomeadamente a vice-presidente Eugénia Santos, o secretário José Osório e o tesoureiro Filipe Araújo. O partido tem oito concelhias no distrito de Braga, nomeadamente em Amares, Barcelos, Braga, Esposende, Fafe, Famalicão, Guimarães e Vila Verde.

Recorde-se que Filipe Melo, presidente da distrital do partido, foi eleito deputado pelo círculo eleitoral de Braga nas eleições legislativas do dia 30 de janeiro.

O nome de Filipe Melo aparece em três processos na lista pública de execuções (onde constam os nomes dos executados em relação aos quais não se conseguiu encontrar bens penhoráveis suficientes para pagar as dívidas) que somam mais de 80 mil euros. No entanto, o NOTÍCIAS DE FAMALICÃO sabe da existência de outros processos em curso, nomeadamente no Tribunal de Vila Nova de Famalicão.

Além dos processos por dívidas, Filipe Melo, sobrinho-neto do conêgo Melo, aparece também envolvido num caso de xenofobia. Em causa, um texto que Filipe Melo escreveu no Facebook, direcionado à Cibelli Pinheiro de Almeida, brasileira, militante n.º 501 e ex-presidente da Mesa da Assembleia Distrital de Braga. “O Conselho de Jurisdição Nacional tem vindo a ignorar todas as queixas e provas que enviei para lá ao longo de cerca de um ano!” refere Cibelli de Almeida num texto publicado em maio de 2021 no Inconveniente.

“Esta tomada de posição é motivada por um sentimento de engano, perda de confiança e total desilusão”, refere o comunicado, acrescentando “não concordamos com a entrada de Filipe Melo no grupo parlamentar, pois este não representa de todo os princípios e valores pelos quais aderimos a este partido.”

Os dirigentes deixam claro que “há valores e princípios dos quais não abdicam” e aguardam agora uma decisão de André Ventura sobre o futuro político de Filipe Melo no CHEGA.

“Relembramos que foram os ideais contra a corrupção, a defesa de mais justiça e sobretudo a diferença que o Partido Chega poderá fazer no panorama político nacional que uniu todas estas pessoas, que agora se sentem completamente enganadas”, destaca o comunicado.

O verniz já havia estalado entre Filipe Melo e lideranças do partido em vários concelhos do distrito antes e durante a campanha para as legislativas. Os presidentes das concelhias de Famalicão (ver aqui) e Barcelos já haviam, inclusive, tomado posições através de comunicados.

Entre as razões, alegam os dirigentes concelhios, está uma estratégia para as legislativas elaborada em conjunto com Filipe Melo e que foi “desvalorizada” pelo líder que não ouviu “nenhuma concelhia, nem mesmo, os membros da distrital para a elaboração da lista e campanha legislativa pelo distrito”.

“Esta pessoa sempre se aproveitou do trabalho dos presidentes concelhios”, referiu Victor Meira de Sousa, presidente do partido em Famalicão, em declarações ao NOTÍCIAS DE FAMALICÃO.

Victor Meira de Sousa afirma que “Filipe Melo não aceita oposição, é antidemocrático e julga-se um pequeno ditador eliminando qualquer dirigente que, ou pelo destaque ou pelo trabalho, sobressaia e lhe faça alguma sombra”.

O NOTÍCIAS DE FAMALICÃO tentou falar com Filipe Melo, mas, até ao momento, não foi possível estabelecer contacto.

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