“O Partido Socialista exige que a Câmara Municipal de Famalicão resolva, de uma vez por todas, o problema do deslizamento de terras, lama e detritos que acontece em Joane, desde o dia 19 de dezembro de 2024, sempre que chove de forma intensa”, afirma o PS-Famalicão em comunicado enviado às redações.
“Trata-se de uma situação que tem trazido transtornos e prejuízos materiais a centenas de joanenses que habitam nas zonas abaixo da Rua de Romão, onde está a causa do sucedido” referem o PS, acrescentando a situação continua a acontecer em 2025 “sem que a Junta de Freguesia ou a Câmara Municipal apresentem uma solução”.
VEREADOR SOCIALISTA QUER “SOLUÇÃO EFETIVA”
O assunto foi levado a reunião de Câmara, mais do que uma vez, pelo vereador Sérgio Cortinhas, que na última reunião do executivo voltou a alertar para a gravidade da situação. O vereador alertou para a necessidade da Câmara Municipal obrigar o proprietário do terreno, “que procedeu ao corte de árvores e à movimentação de terras, a construir um muro provisório ou outra solução efetiva de contenção das terras, criando, deste modo, uma barreira que impeça o deslizamento das terras desde o referido terreno”.
A continuar tudo como está, como referiu o vereador Sérgio Cortinhas, “os joanenses afetados por este deslizamento de terras continuarão a ver as suas casas e ruas invadidas por lamas e detritos, numa extensão de cerca de dois quilómetros, e os serviços municipais de proteção civil continuarão também a ser chamados a resolver um problema privado que está a causar danos e prejuízos públicos”.
“O trabalho até agora realizado pelo proprietário do terreno, em articulação com os serviços municipais de Fiscalização e de Ambiente, de execução de valas na Rua do Romão no limite do seu terreno e a semeação nos taludes de terra não resolve o problema, como se tem constatado sempre que as condições climatéricas são adversas”, afirmam os socialistas.
Por outro lado, o Partido Socialista considera que a Câmara Municipal “deve estar mais atenta e vigilante a situações como a que está a ocorrer na vila de Joane, nomeadamente, devido ao corte de árvores e alteração dos solos que podem ter consequências para o bem-estar dos cidadãos e para o equilíbrio ecológico”.
CÂMARA DIZ QUE “TRABALHOS DE PREVENÇÃO JÁ FORAM CONCLUÍDOS”
Após a derrocada de terras ocorrida no dia 19 de dezembro do ano passado, que levou ao corte da estrada e causou prejuízos a diversas casas, o NOTÍCIAS DE FAMALICÃO contactou a Câmara Municipal, que não respondeu nenhuma das questões enviadas.
Dias depois, no início de janeiro, houve novo deslizamento de terras, levando ao corte da estrada que liga a vila à Braga e, mais uma vez, causando prejuízos a diversas casas. No local, moradores queixaram-se à Proteção Civil. O NOTÍCIAS DE FAMALICÃO voltou a contactar a Câmara Municipal.
Desta vez, a assessoria de comunicação do presidente da Câmara respondeu, afirmando que a situação está relacionada com “trabalhos de limpeza” realizados pelo proprietário do terreno e que foi “colocado de lado o cenário de operação urbanística ilegal”.
A resposta refere ainda que, após a visita ao local a 19 de dezembro, o proprietário, em articulação com os serviços municipais, “iniciou um conjunto de trabalhos de forma a evitar que o sucedido se repetisse”.
“Na madrugada do dia 5 de janeiro, foi verificado um novo episódio de arrastamento de terras na zona nascente do terreno, ocorrência de dimensão consideravelmente menor fruto dos trabalhos de prevenção que foram efetuados e, entretanto, já concluídos”, afirma a fonte municipal, acrescentando que “hoje [8 de janeiro], e depois de mais um dia de chuva forte, já não se verificaram arrastamentos, apenas uma pequena escorrência em frente ao terreno”.
Entretanto, na madrugada de 21 de janeiro, a situação voltou a se repetir. Pelo menos uma casa foi bastante afetada. A proteção civil está no local a limpar a estrada.
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