Na manhã do último sábado, 16 de outubro, no Parque da Cidade de Vila Nova de Famalicão, enquanto fazia uma reportagem sobre um evento que estava a decorrer, um cidadão, antigo autarca e advogado de profissão, exigiu que eu apagasse imagens que registei. Após ter-me identificado e negado satisfazer a sua exigência, passou a ameaçar-me com um processo judicial.
Estava no Parque da Devesa no âmbito da minha atividade profissional, mas também poderia estar lá como uma cidadã que tivesse ido, por exemplo, fazer uma caminhada, e que, deparando-se com uma situação estranha no espaço público, decidiu registá-la.
Todos os dias vemos nas redes sociais e nos mais diferentes órgãos de comunicação social (jornais impressos, online, televisões, rádios, etc.) notícias que tiveram origem em registos feitos por cidadãos.
O ano é 2021. O país é Portugal. O mínimo que se espera é o respeito por direitos assegurados pela Constituição Portuguesa e por ampla legislação nacional e internacional, nomeadamente da liberdade de imprensa, expressão, pensamento, reunião, etc.
Não pode haver lugar para censura – seja ela evidente ou encapotada.
FACTOS E OPINIÕES
“Todos têm direito à sua própria opinião, mas não aos seus próprios factos.” A frase é do antigo senador norte-americano Daniel Patrick Moynihan e expressa uma grande verdade.
Notícias são sobre factos. Opinião – expressa oralmente ou por escrito – é outra coisa. E, infelizmente, há muita gente que não sabe diferenciar isso.
Além disso, opiniões favoráveis ou desfavoráveis, não mudam a realidade dos factos.
Democracia é respeito e liberdade. É saber onde termina a sua liberdade e começa a do outro. Muita gente, com arrogância, bazófia e malcriadez, ignora isso deliberadamente.
Há pessoas que usam oportunidades e espaços para expressão de opinião unicamente com o propósito de ofender, caluniar e incitar à violência.
Também falta literacia digital. Há muitos que escrevem comentários nas redes sociais sem discernir entre os conteúdos o que é notícia, artigo de opinião, publicação de leitores, etc.
JUSTIÇA
Nas últimas semanas recebemos mensagens de leitores a perguntar sobre alegados processos que fulano ou beltrano dizem estar a mover contra o NOTÍCIAS DE FAMALICÃO.
Que fique claro: não há, nem nunca houve, processo nenhum. Nunca recebemos uma única notificação judicial. E se tivéssemos recebido, não haveria razão para fazer disso um segredo.
Aliás, quem quiser intentar alguma ação judicial, é livre de fazê-lo. Se a justiça vai dar razão, é outra conversa.
Temos orgulho da revolução informativa que o NOTÍCIAS DE FAMALICÃO tem gerado no concelho famalicense ao longo destes 11 meses de existência, fruto de um trabalho sério e bem fundamentado.
Sem grandes meios tecnológicos e com recursos humanos muito limitados, podemos afirmar com orgulho que nenhuma das notícias que publicamos até hoje foi desmentida. E muitas dessas notícias o NOTÍCIAS DE FAMALICÃO foi o primeiro ou mesmo o único a publicar.
ANIVERSÁRIO
O NOTÍCIAS DE FAMALICÃO continua o seu caminho, firme e forte, rumo ao primeiro aniversário, que será comemorado no próximo mês de novembro.
Seguimos renovando diariamente o nosso compromisso com uma informação plural e independente, baseada nos valores da democracia, da ética e dos direitos humanos.
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