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Segunda-feira, 25 Novembro 2024
Carlos Folhadela Simões
Carlos Folhadela Simões
Formado em Ciências Farmacêuticas, é professor do Ensino Secundário. Cidadão atento e dirigente associativo.

De Kiev a Paris, passando por Lisboa

Um resumo da atualidade.

4 min de leitura
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Carlos Folhadela Simões
Carlos Folhadela Simões
Formado em Ciências Farmacêuticas, é professor do Ensino Secundário. Cidadão atento e dirigente associativo.

Famalicão

1. António Guterres, o português secretário-Geral das Nações Unidas, esteve na passada terça-feira em Moscovo. Hoje está em Kiev. Ao 62º e 64º dias de guerra na Ucrânia, o antigo primeiro-ministro português encontra-se presencialmente com Vladimir Putin e com Volodymyr Zelensky.

Objetivo: tentar alcançar o que outros ainda não conseguiram como sejam um cessar-fogo humanitário temporário, a abertura de corredores para a retirada de civis das cidades mais massacradas pelos bombardeamentos e, numa visão mais sonhadora, o fim da guerra a curto prazo.

Após a reunião com Putin, numa mesa de 6 metros que mais fazia lembrar a da feijoada da Ponte Vasco da Gama, tal a distância de opiniões e visão do acontecimento que os fez reunir. Guterres estava apostado em conseguir dar “passos urgentes para salvar vidas, pôr fim ao sofrimento humano e trazer paz à Ucrânia”. Conseguiu, para já e ao que tudo indica, estabelecer um corredor humanitário para retirar, já amanhã, os civis retidos na fábrica de Azovstal, em Mariupol.

Outra nota importante da ida a Moscovo, prende-se com o cuidado de não se ter deixado instrumentalizar. A postura foi sóbria e fria como era aconselhável. A propaganda russa não terá material para as suas ações!

  1. Por cá, por decreto governamental, caíram as máscaras. Dizem que a liberdade voltou!

Num outro contexto, nunca terá terminado. E ainda bem, pois permitiu ao Partido Comunista Português (PCP), usar dessa mesma prerrogativa, para nos esclarecer (se dúvidas existissem) sobre os seus ideais de liberdade e respeito pela pessoa humana. Acusar a Ucrânia de “genocídio programado” e “limpeza étnica” na região de Donbass, é corroborar com as afirmações do ditador russo para justificar a invasão do país vizinho. Não deveríamos estar surpreendidos, pois o PCP mantem o seu rumo opinativo. Recordemo-nos das opiniões veiculadas sobre outros países, sejam eles Cuba, Venezuela ou Coreia do Norte.

  1. A trapalhada do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa – continua.

João Leão, ex-ministro da Finanças, continua sob suspeição. Professor no ISCTE, ministro, vice-reitor do ISCTE. Foi este o seu percurso recente. Enquanto ministro deveria ter-se abstido de participar em assuntos que envolvessem a entidade onde trabalhava e onde voltou após ter saído do Governo. Ser alegadamente responsável pela transferência de verbas do orçamento de estado para o financiamento do Centro de Valorização e Transferência de Tecnologias (CVTT), a confirmar-se, é vergonhoso. Parece existir claramente uma situação de conflito de interesses. O primado do cumprimento de um período de nojo dever-se-ia aplicar também a estas situações.

No entanto, a procissão ainda vai no adro. O ISCTE advoga que o seu quadro não teve intervenção no processo. Afirma que o financiamento do projeto foi aprovado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES).

Ora, Manuel Heitor era, à data, quem tutelava o MCTES e afirma que apesar de ter instruído o processo, o mesmo foi aprovado com recurso à dotação centralizada do Ministério das Finanças. O que é certo que está incluído no OE para 2022 um financiamento público ao CVTT.

Aguarda-se a audição em sede parlamentar de João Leão e de Maria de Lurdes Rodrigues, reitora da instituição. O PS não permitiu a audição do atual ministro das Finanças, Fernando Medina, e do ex-ministro do Ensino Superior.

Ou seja, apenas serão ouvidos os interessados!

4.Moedas, edil lisboeta, prometeu e cumpriu. A capital passará a ter transportes gratuitos. A medida abrange os sub-23 e os maiores de 65 anos, com residência fiscal em Lisboa. A medida terá um custo aproximado de 15 milhões de euros anuais.

A gratuitidade dos transportes públicos, para além de ser um desafogo na carteira dos visados ou das suas famílias, terá com certeza repercussões no tráfego e na qualidade do ar da capital.

Será um fator decisivo para o sucesso lisboeta na participação, juntamente com Guimarães e Porto, na missão «cidades inteligentes e com impacto neutro no clima» promovida pela União Europeia e com vista à neutralidade do ponto de vista climático até 2030.

Com o contributo de todos os partidos da oposição, a promessa e agora medida, viu a luz do dia. Pretende-se que possa ser alargada a outros grupos, como sejam os estudantes universitários deslocados e os deficientes.

O primeiro passo foi dado e por unanimidade!

  1. Em França, Macron venceu. A Europa agradeceu e robusteceu.

Tem, agora, um compromisso ecológico com boa parte dos franceses. Para cativar os eleitores de esquerda entre as duas voltas, prometeu rever a política climática da França. Assumiu a aposta na energia nuclear (a construção de seis reatores de nova geração e estudos lançados para mais oito), investimento avultado em energias renováveis com 50 parques eólicos no mar até 2050, o reforço do transporte de carga ferroviária e fluvial, entre outras. Interessante a pretensão de desenvolver um setor automóvel elétrico exclusivamente francês com acesso facilitado à aquisição de um carro através de um programa de leasing. Os coletes agora serão verdes?

No que concerne à Europa, para além do papel que tenta desempenhar no conflito a leste, o presidente francês pretende dar ênfase à autonomia “energética e estratégica” e à reforma do espaço Schengen para melhorar a proteção das fronteiras externas da UE e uma política comum de asilo. Empenhar-se-á para que os países europeus desenvolvam uma capacidade de defesa mais forte. Augura contribuir para dar um impulso concreto para impulsionar a indústria tecnológica europeia.

Terá sérios desafios no horizonte.

Continua a ter Madame Le Pen a morder-lhe os calcanhares ou não houvesse legislativas em junho.

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