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Sexta-feira, 22 Novembro 2024

Covid-19 mata sacerdote que lutou contra o trabalho infantil no Vale do Ave

Em Joane, muitos conheceram-no nos tempos em que dava aulas de Religião e Moral na Escola Benjamim Salgado. O padre Avelino Vieira Cardoso foi "um grande espírito humanista e de ajuda aos mais vulneráveis”, como destaca o presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança.

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Famalicão

O padre Avelino Vieira Cardoso, natural do concelho de Guimarães e figura conhecida da Liga Operária Católica (LOC) na região do Vale do Ave, morreu esta segunda-feira, aos 89 anos, devido a complicações causadas pela covid-19.

O sacerdote sofria de doença prolongada e não resistiu à infeção pelo coronavírus, durante um internamento hospitalar.

Numa nota publicada na sua página oficial, a Arquidiocese de Braga informa que a missa exequial será celebrada quarta-feira, pelas 11h00, em Ronfe, freguesia de onde era natural. As cerimónias decorrerão com todas as restrições impostas pela Direção-Geral da Saúde

“O padre Avelino deixou uma marca profunda na sua freguesia natal, expressando um grande espírito humanista e de ajuda aos mais vulneráveis”, afirma o presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, numa nota de imprensa em que apresentou “as mais sentidas condolências à família” do sacerdote.

O padre Avelino Cardoso teve um papel preponderante na criação da CNASTI. Fotografia DR

Na sua atividade cívica, o padre Avelino Cardoso revelou um papel muito especial de denúncia do trabalho infantil, nomeadamente nas mensagens que a LOC diocesana de Braga divulgou e que, em 1994, levaram à formação da Confederação Nacional para a Ação sobre o Trabalho Infantil (CNASTI), que continua em atividade.

Nascido em Ronfe a 16 de setembro de 1931, Avelino Cardoso foi ordenado sacerdote a 14 de julho de 1957 e nesse mesmo ano foi nomeado prefeito do Colégio D. Diogo de Sousa, em Braga.

De 1966 a 1969 foi assistente da Ação Católica Portuguesa em França, onde, segundo observa uma nota de imprensa da Arquidiocese de Braga, “viveu importantes acontecimentos sociais que marcaram a sua personalidade de homem livre e interventor”.

Em setembro de 1970 passou a viver em Ronfe, no concelho de Guimarães, mantendo sempre uma estreita ligação com as instituições locais e da região.

No ano de 1980 fica ao serviço da Emigração em Londres e é nomeado Assistente Eclesiástico dos Organismos Operários Católicos.

Participou ainda em vários outros movimentos: MAAC – Movimento de Apostolado de Adolescentes e Crianças, PEMO – Padres em Mundo Operário e REMO – Religiosas em Mundo Operário.

Colaborou com as suas memórias no livro “25 de Abril – Guimarães Daqui Houve Resistência”, editado em 2014 com o apoio da Câmara Municipal de Guimarães.

O sacerdote Avelino Cardoso também se destacou na formação cristã e de cidadania de muitos jovens, nomeadamente como professor de Educação Moral e Religiosa, em Guimarães e, depois, em Joane, na Escola Benjamim Salgado.

“Nos últimos anos de vida, já um pouco debilitado na sua saúde, regressou à sua residência, em Ronfe, onde recebia e assistia muitos trabalhadores e suas famílias, que o procuravam constantemente”, relata uma nota de imprensa da coordenação diocesana da LOC/MTC.

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