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Quinta-feira, 14 Novembro 2024
Paulo Ricardo Lopes
Paulo Ricardo Lopes
Profissional liberal nas áreas de consultoria de gestão, estratégia e mercados financeiros. Coordenador da Iniciativa Liberal Famalicão.

Coligações que perpetuam a roda dos ratos

Vivendo de mão estendida para a União Europeia, o nosso país teima em seguir o lema de distribuir antes de criar riqueza.

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Paulo Ricardo Lopes
Paulo Ricardo Lopes
Profissional liberal nas áreas de consultoria de gestão, estratégia e mercados financeiros. Coordenador da Iniciativa Liberal Famalicão.

Famalicão

Tal como evidenciado numa experiência em que ratos de laboratório são colocados numa roda, na qual correm incansável e interminavelmente em busca de uma saída, a maioria de nós passa a vida a trabalhar para pagar dívidas, saltando de prestação em prestação até um fim de vida em que possuímos pouco mais que um imóvel.

Este conceito de “corrida dos ratos” foi popularizado por Robert Kiyosaki, no livro “Pai Rico e Pai Pobre”, no qual mostrou que a saída para esta corrida passa pela educação financeira e aquisição de ativos, ou seja bens que sejam capazes de gerar valor, afastando-nos da constituição de fortes dívidas que limitam o nosso bem-estar durante toda a vida.

Quem conhecer o percurso da Rita Piçarra pode perceber que é possível sair da roda dos ratos.

GOVERNOS (NACIONAIS E LOCAIS) NASCEM DE COLIGAÇÕES DEPENDENTES

Adaptando este conceito à escala de uma nação, Portugal vive uma verdadeira “corrida dos pedintes”. Temos as nossas preocupações centradas na distribuição daquilo que não produzimos, alicerçados nos nossos 2 pilares fundamentais: empresas rentistas; população dependente de salários estatais, pensões e apoios sociais.

Vivendo de mão estendida para a União Europeia, o nosso país teima em seguir o lema de distribuir antes de criar riqueza. As políticas públicas são centradas em pensionistas, das quais os subsídios extraordinários a nível nacional e os passeios a Fátima ao nível local são exemplo.

A aposta numa sociedade com mais liberdade económica visa resgatar-nos desta “corrida dos pedintes”. Libertar o indivíduo para que posso perseguir a sua felicidade. Para tal, uma combinação de eficiência estatal, descida de impostos, criação de um ambiente favorável ao investimento e fim da subsidiação de grandes empresas rentistas tem de ser implementada.

Esta visão liberal da sociedade tem registado um enorme crescimento, sobretudo nas grandes zonas urbanas, onde uma população maioritariamente jovem, escolarizada e digitalizada ambiciona abandonar a “corrida dos pedintes”.

 AUTÁRQUICAS 2025 E A CORRIDA DOS RATOS

Tal como Kiyosaki indicou, a forma de saída da “corrida dos ratos” passa pela construção de ativos. Os partidos que querem romper com este sistema necessitam de aproveitar todas as eleições para esse efeito, tornando as suas ideias e protagonistas visíveis.

Qualquer eleição é uma oportunidade de aproveitar a oitava maravilha do mundo, o juro composto. Ou seja, cimentar a partilha de ideias e criar uma ligação com o eleitor, uma rotina de voto que torna mais fiel ao partido e faz com que ele próprio seja um agente propagador da mensagem.

As próximas Autárquicas serão um teste, mostrando quem se quer esconder nas costas dos grandes partidos e alcançar na secretaria uma representação que já não tem nas mesas de voto. Afastar-se da busca de lugares fáceis, ou que facilmente lhes são oferecidos, e acima de tudo não deixar os eleitores sem representação é a opção de quem tem coragem e está mais preocupado com o futuro do que com o passado.

Quem não têm medo de perder um lugar de Vereador, que facilmente podia ser alcançado cedendo aos encantos laranja, poderá até ficar menos feliz na hora de contar os votos, mas vale mais uma oportunidade de lutar por sair da roda dos ratos do que viver dependente toda a vida.

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